O REGRESSO DO ANTHRAX... após breve período de férias.

Caros amigos,

Eis que regresso do meu retiro espiritual e em boa hora confesso que preferia, mil vezes, permanecer indefinidamente em coma intelectual do que deparar com uma actualidade nacional virada do avesso.

Novidades? Essas são mais que muitas, a grande maioria de chorar a rir visto que se considerássemos que eram deprimentes, também não seria o serviço nacional de saúde a pagar-nos a terapia, até porque parece que estão em contenção de despesas... bem, quer dizer, excepto talvez no que diz respeito à aquisição de automóveis, aí parece que não há contenção de despesas...

Pensando bem, acho que os novos ministros têm razão. Porque razão haveriam eles de sentar as suas delicadas almofadinhas num carro, usado durante 2 anos, por um outro ministro qualquer que ainda por cima quando ninguém sabe onde é que ele(a) andou a sentar o seu real fofo. Quer dizer, voltamos outra vez à história do serviço nacional de saúde. É que se houver alguma infelicidade eles são os primeiros a não quererem usufruir de tão magnifico serviço.

É claro que isto só pode ter uma leitura. É que esta nova geração de ministros está imbuída de um forte sentimento de generosidade e preocupação para com o próximo, pelo que sai muito mais em conta gastar o dinheiro dos contribuintes na troca do parque automóvel dos ministérios, do que gastar o dinheiro dos contribuintes usufruindo do serviço nacional de saúde. Isto é tão claro, mas tão claro que não consigo perceber porque motivo isto tem de ser noticia nos telejornais. O que devia ser noticia nos telejornais era o linchamento público do senhor que está à frente do Tesouro por ser tão mão-de-vaca e não compreender este acto de compaixão e solidariedade para com os mais desfavorecidos da sociedade portuguesa (a.k.a todos aqueles que pagam impostos e não fogem).

Mas adiante, outra coisa extremamente desagradável que vi recentemente nos noticiários, foi aquela história de encerrarem o centro de saúde do Redondo às nove da noite. Ora, considerando a situação global, acho que os nativos deviam levantar as mãos aos céus e agradecer a Deus (ou á Nossa Senhora da Conceição), pois podia ser muito pior. Podiam ter ficado com o horário de uma repartição de finanças. E depois, os profissionais de medicina também têm direito a estar com a sua família a horas decentes (dependendo da família é claro, há umas que mais valia estar de serviço 24 horas por dia). Por isso não posso deixar de condenar a atitude dos munícipes do Redondo por serem tão egoístas. Se há um horário para ser cumprido é simples, fiquem doentes durante o horário de atendimento do centro. Mas que mania esta de não cumprir as regras.

Outra coisa também muito aborrecida é o preço do petróleo não se manter quieto num só valor. É que aqueles senhores lá fora ainda não perceberam que nós aqui, ficamos muito baralhados com estas indefinições e depois nunca acertamos com o preço da gasolina. Quando o barril do petróleo sobe ficamos 15 dias a olhar para aquilo e a dizer “Olha subiu! vamos estudar o assunto.” Quando o barril do petróleo desce, nós subimos o preço da gasolina. Porquê? Porque é uma reacção ao retardador. Depois tem que se informar a populaça que esta subida da gasolina se deve ao facto de se comprar petróleo a 3 meses, e que nessa altura estava a não-sei-quantos dólares, omitindo o facto de que nós pagamos em euros e o euro está mais alto que o dólar. Mas como os autócnes não percebem nada de taxas cambiais também não é grave, para além de que, para baralhados já chega uns. Não há qualquer necessidade de baralhar uma população inteira até porque, se formos a julgar pelas médias a matemática, ninguém sabe fazer contas.

Finalmente, podia falar dos jogos olímpicos mas depois ía ter que falar das estruturas, que não existem, para apoiar os atletas, do sol que quando nasce é só para os outros e nunca para os pobres portugueses que nunca são bafejados pela Fortuna (Deusa malvada, também nunca gostei dela diga-se, tem a mania que é esperta. Ainda bem que não trabalho com ela), enfim... e não estou para isso.

Assim sendo, até ao meu regresso. Até lá fiquem bem.