segunda-feira, fevereiro 21, 2005

A GRANDE CACETADA – ONE DOWN, ANOTHER TO GO!

Apraz-me cantar uma musiquinha infantil:

Humpty Dumpty sat on the wall;
Humpty Dumpty had a great fall;

Bem… Foi cá uma destas cacetadas! E devem ter usado uma grande moca de Rio Maior! É que eu já esperava que perdessem, mas nunca esperei é que perdessem tanto!

All the King’s horses;
And all the King’s men;
Couldn’t put Humpty together again.

Ora aí têm o resultado da vossa incompetência meus caros senhores. Os resultados que obtiveram são a manifestação do descontentamento dos portugueses (aqueles a quem andaram a chamar estúpidos durante o vosso breve mandato).

Eu não queria dizer ‘I told you so’, até porque – muito honestamente – não sou ninguém importante que valha a pena ser tido em conta, mas a verdade é que foram avisados. Os sinais estavam por todo o lado e os senhores fecharam os olhos porque não os queriam ver.

Mais, não contentes com a asneirada que andaram a fazer durante 3 anos, ainda vieram dar mais um ar da sua estupidez natural pela boca da Ministra da Educação nas suas declarações de ontem à noite. Aquilo foi apenas um pequeno exemplo de parte das razões que vos levaram á derrota. A outra parte diz respeito à maneira desastrosa como foi conduzida a campanha eleitoral do PSD (não quer dizer que não tivessem perdido na mesma, apenas quer dizer que poderiam ter perdido menos).

A responsabilidade da direita ter sido derrotada da forma como o foi, é única e exclusivamente dos dois partidos que constituíam a coligação. Não venham agora dizer que a culpa foi do PR porque convocou eleições antecipadas, ou das grandes figuras do PSD que não apoiaram o PSL, porque a partir do momento em que o Durão Barroso fugiu para Bruxelas deviam ter-se preparado para agir num cenário de eleições antecipadas. Estes senhores sabiam que poderiam estar a prazo. Sabiam que o PR poderia aproveitar a primeira argolada que metessem, para fazer aquilo que não fizera anteriormente e mesmo assim, continuaram leves e frescos. Por isso eu não posso dizer outra coisa senão: A derrota caiu-vos muito bem.

Não fiquei comovido com o discurso do ‘tio’ Portas. Penso que foi uma bela encenação dramática ao estilo ‘la Féria’, teve muito de emoção e extraordinariamente pouco razoabilidade, excepto no caso do senhor estar a considerar candidatar-se novamente à liderança do partido. No entanto, convém recordar às jovens criaturinhas do PP que, há antigas querelas que não morrem nem se esquecem e como diriam os ‘amaricanos’ «What goes around, comes around.», principalmente na política embora a tendência seja a de alargamento a outras áreas.

No que respeita ao PSD (para o qual ontem deve ter sido a noite das facas longas), têm agora 4 anos para se recuperarem. Isto é, têm 4 anos para se livrarem da corja de incompetentes (parte deles oriundos do departamento de Relações Internacionais da Universidade Lusíada que, por mero acaso nunca fizeram mais nada na “P” da vida do que dar aulinhas e que por acaso – também – costumam ter o cérebro directamente ligado ao intestino grosso), e laranjinhas espanholas que, a única coisa que têm é uma casquita grossa e reluzente mas que na realidade não prestam para nada, inundaram o partido.

Depois de resolverem o problema interno da liderança (que espero não demore muito tempo visto que há muita coisa para fazer e o tempo também não é assim tanto), têm também 4 anos para estabelecer e executar uma estratégia inteligente e eficaz, para recuperar TUDO o que perderam ontem (e sem coligações). Para isto não se podem colocar na posição de coitadinhos (até porque neste momento nem sequer têm credibilidade para isso), nem podem perder tempo com guerrinhas intestinas e imbecis que não servem para nada.

Tal como já disse anteriormente, eu sou um mero técnico, anónimo e de pouco interesse para a estrutura do PSD. Custa-me ver o que fizeram ao partido mas considero-o como um mal necessário. Ao contrário do amigo Crack, não acredito que tivesse sido melhor votar no PSL e afastá-lo diplomaticamente. Isso seria criar mais uma situação que nunca ficaria resolvida e que poderia dar muito mau resultado a médio e longo prazo porque os portugueses adoram vingancinhas. Penso que é preferível que as coisas fiquem bastante claras ( mesmo assim, ainda não há garantias de que seja possível correr com ele), e sem qualquer hipótese de retorno.

1 comentário:

crack disse...

Como o meu caro Anthrax diz, ainda não correram com ele. Pois não, o que esperava?
Veja a noite das eleições - Santana remete para um congresso todas as decisões; Mendes foi o único que se chegou à frente,mas tremendamente só; Borges mandou-os plantar ervilhas-de-cheiro e os outros praticaram yoga.
Acredite, neste cenário de uma caminhada no deserto durante 4 longos anos quem se quer chegar agora à frente?
Por outro lado, Santana nada tem a perder, só a ganhar, nem que seja mais um tempo de antena. Com ele, está a tralha do aparelho que comeu à mesa do poder e agora ensaia a fuga para a frente.
Continuo a duvidar, Anthrax, que isto se componha de outra forma, que não seja Santana manter-se à frente do PSD, para assegurar uma candidatura presidencial.
A bem da social-democracia, preferia enganar-me.