Esta notícia sobre a mudança do nosso símbolo nacional foi publicada na revista do Jornal Público do dia 5 de Junho de 2005.
Bom, assim de repente, a primeira coisa que me passou pela cabeça quando vi a notícia foi: "As galinhas andam todas doidas!". Depois fui ler o artigo para ver o que diziam e cheguei à conclusão que a ideia não é assim tão absurda. Porquê? Bem porque as razões apresentadas são bastante válidas, senão vejamos:
1º O artigo começa por dizer o seguinte; " Somos porteiros e mulheres a dias em França, Taxistas na Suíça, Bimbos em Inglaterra, Pedreiros na Alemanha e Padeiros no Brasil." - Mas não só, acrescentaria eu. Temos cientistas a trabalhar na NASA, temos Neurocirurgiões de renome, temos académicos que em nada ficam atrás dos outros. No entanto - não desfazendo em nada as profissões legitimas mencionadas no artigo - a imagem que fica é que somos empregados de 2ª categoria.
2º "Há quem pense ainda que em Portugal as mulheres vestem todas xaile negro e têm o rosto enfeitado com um escuro buço." - Ora isto não é verdade. Temos mulheres lindissimas, bem arranjadas. Modelos e actrizes tão belas e capazes como qualquer outra das suas congéneres de Hollywood. Mas mais uma vez, essa primeira a imagem uma vez criada é dificil de mudar.
3º As cores actuais da nossa bandeira, verde e vermelho, ligam-nos inevitavelmente aos países africanos. É óbvio que historicamente essa ligação tem razão de existir, mas em termos de imagem e posicionamento coloca-nos ao lado de países do 3º Mundo e não no ponto mais ocidental da Europa. E isto é tramado em termos de condução da nossa Política Externa porque nos desorienta e desorienta os outros. Fragiliza-nos e corta a nossa relação com o mar. Somos um País Atlântico, somos Talassocratas e não Epirocratas, como por muitas vezes nos querem fazer crêr. Anular a nossa relação com o mar é anular grande parte da nossa identidade.
4º Ao longo do tempo, as cores dominantes da nossa bandeira sempre foram o azul e o branco, só depois da implantação da República é que foram aprovadas as cores da bandeira que temos actualmente e que ainda por cima não fazem sentido nenhum. Foram aprovadas porque eram as cores do Partido Republicano da altura.
5º Porque é que camisolas com as bandeiras americanas, norueguesas ou britânicas se vendem? Porque é que ninguém se importa de usar camisolas com os símbolas nacionais dos outros e ninguém quer usar uma camisola com a nossa bandeira lá pespegada? Se a usarem ou é porque são atletas e estão, por algum motivo a representar o país, ou então é porque lhes apontaram uma arma à cabeça e obrigaram-nos a usá-la, caso contrário ninguém veste aquilo de livre vontade.
Precisamos de facto de um "lifting". Precisamos de nos livrar desta imagem - que já é mais um estigma - que nos persegue. Não é mudar por mudar, como quem muda de roupa interior todos os dias. É mudar pela necessidade de o fazer. É claro que normalmente as mudanças de simbolos nacionais ocorrem, normalmente, quando há mudanças de regime, mas neste caso não tem de ser assim (apesar de também não ser má ideia). Assim sendo, eu sou a favor da mudança da bandeira, desde já porque acredito que isso faria maravilhas à disposição nacional e depois porque se podemos fazer melhor, então porque é que não fazemos? Isto faz lembrar um bocado os velhos do Restelo que habitam o meu local de trabalho e que, quando confrontados com a mudança, dizem "Assim está bem porque sempre se fez assim.", só que o "assim está bem porque sempre se fez assim" por vezes está mal e mesmo quando não está mal, se mudando podemos fazer melhor então porque não?
Bom, assim de repente, a primeira coisa que me passou pela cabeça quando vi a notícia foi: "As galinhas andam todas doidas!". Depois fui ler o artigo para ver o que diziam e cheguei à conclusão que a ideia não é assim tão absurda. Porquê? Bem porque as razões apresentadas são bastante válidas, senão vejamos:
1º O artigo começa por dizer o seguinte; " Somos porteiros e mulheres a dias em França, Taxistas na Suíça, Bimbos em Inglaterra, Pedreiros na Alemanha e Padeiros no Brasil." - Mas não só, acrescentaria eu. Temos cientistas a trabalhar na NASA, temos Neurocirurgiões de renome, temos académicos que em nada ficam atrás dos outros. No entanto - não desfazendo em nada as profissões legitimas mencionadas no artigo - a imagem que fica é que somos empregados de 2ª categoria.
2º "Há quem pense ainda que em Portugal as mulheres vestem todas xaile negro e têm o rosto enfeitado com um escuro buço." - Ora isto não é verdade. Temos mulheres lindissimas, bem arranjadas. Modelos e actrizes tão belas e capazes como qualquer outra das suas congéneres de Hollywood. Mas mais uma vez, essa primeira a imagem uma vez criada é dificil de mudar.
3º As cores actuais da nossa bandeira, verde e vermelho, ligam-nos inevitavelmente aos países africanos. É óbvio que historicamente essa ligação tem razão de existir, mas em termos de imagem e posicionamento coloca-nos ao lado de países do 3º Mundo e não no ponto mais ocidental da Europa. E isto é tramado em termos de condução da nossa Política Externa porque nos desorienta e desorienta os outros. Fragiliza-nos e corta a nossa relação com o mar. Somos um País Atlântico, somos Talassocratas e não Epirocratas, como por muitas vezes nos querem fazer crêr. Anular a nossa relação com o mar é anular grande parte da nossa identidade.
4º Ao longo do tempo, as cores dominantes da nossa bandeira sempre foram o azul e o branco, só depois da implantação da República é que foram aprovadas as cores da bandeira que temos actualmente e que ainda por cima não fazem sentido nenhum. Foram aprovadas porque eram as cores do Partido Republicano da altura.
5º Porque é que camisolas com as bandeiras americanas, norueguesas ou britânicas se vendem? Porque é que ninguém se importa de usar camisolas com os símbolas nacionais dos outros e ninguém quer usar uma camisola com a nossa bandeira lá pespegada? Se a usarem ou é porque são atletas e estão, por algum motivo a representar o país, ou então é porque lhes apontaram uma arma à cabeça e obrigaram-nos a usá-la, caso contrário ninguém veste aquilo de livre vontade.
Precisamos de facto de um "lifting". Precisamos de nos livrar desta imagem - que já é mais um estigma - que nos persegue. Não é mudar por mudar, como quem muda de roupa interior todos os dias. É mudar pela necessidade de o fazer. É claro que normalmente as mudanças de simbolos nacionais ocorrem, normalmente, quando há mudanças de regime, mas neste caso não tem de ser assim (apesar de também não ser má ideia). Assim sendo, eu sou a favor da mudança da bandeira, desde já porque acredito que isso faria maravilhas à disposição nacional e depois porque se podemos fazer melhor, então porque é que não fazemos? Isto faz lembrar um bocado os velhos do Restelo que habitam o meu local de trabalho e que, quando confrontados com a mudança, dizem "Assim está bem porque sempre se fez assim.", só que o "assim está bem porque sempre se fez assim" por vezes está mal e mesmo quando não está mal, se mudando podemos fazer melhor então porque não?
2 comentários:
Precisamos de facto de um "lifting". Precisamos de nos livrar desta imagem - que já é mais um estigma - que nos persegue. Não é mudar por mudar, como quem muda de roupa interior todos os dias. É mudar pela necessidade de o fazer…”
A urgência de um debate sobre a nossa identidade, sobre o que é isto de ser português, pode começar com o questionamento dos ícones nacionais. Pode acontecer. Mas, cuidado: Seria um logro pensar que o lifting suscitaria a mudança do quadro axiológico em que vivemos.
À mudança da imagem, tem de corresponder uma mudança de atitudes e uma re-aquisição de valores. Bem sei que essas coisas não se fazem da noite para o dia, mas tem de se começar por algum lado.
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