quinta-feira, agosto 18, 2005

OS 3 PRINCIPIOS DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO NA HOLANDA

Estive aqui a ler um relatório e achei que estes três pontos fariam as delicias daqueles senhores do ‘Fórum para a Liberdade de Educação’.

Segundo os holandeses, a liberdade de educação é um dos princípios mais importantes do seu sistema educativo e é garantido pela própria constituição.

Para eles esta liberdade é estabelecida a 3 níveis:

- Na criação de escolas;

Na Holanda é possível criar uma escola com base na Religião, na filiação política, filosófica ou em práticas pedagógicas.

1/3 das escolas são geridas pelos Municípios, 2/3 são geridas por privados.

No caso das escolas privadas, estas podem seguir uma das seguintes orientações; Antropológica, Católica, Hindu, Islâmica, Hebraica, Liberal, Neutral ou Protestante. Para além disso, estas escolas privadas podem ter políticas de admissão próprias e podem recusar-se a aceitar alunos cujos pais não professem da crença/ideologia que fundamenta aquelas Instituições.

No que respeita ao financiamento, todas as escolas têm o mesmo nível de financiamento, embora as escolas privadas possam ter outras fontes alternativas. No caso das escolas públicas, esse financiamento extra, só pode existir se o Município aumentar o a percentagem de financiamento das escolas privadas também.

- Na organização do seu modelo de educação;

As escolas são livres de definir o que querem ensinar e quais os métodos que vão utilizar.

Mas...

As disciplinas curriculares são definidas pelo governo, sendo este que estabelece os padrões de qualidade e os objectivos que devem ser alcançados. Posteriormente, estas instituições são inspeccionadas e avaliadas anualmente, no sentido de se verificar se os padrões de qualidade foram mantidos e se os objectivos foram alcançados.

- Na escolha da escola;

Os pais podem escolher, livremente, a escola que querem que os seus filhos frequentem.

***************

É claro que isto é só o inicio do dito relatório. Há mais questões abordadas, inclusive, os prós e os contras da adopção de uma política deste género.

Mas...

Se eu vos disser tudo, depois ficam sem nada sobre o que pensar.

6 comentários:

Miguel Pinto disse...

"- Na organização do seu modelo de educação;

As escolas são livres de definir o que querem ensinar e quais os métodos que vão utilizar.

Mas...

As disciplinas curriculares são definidas pelo governo, sendo este que estabelece os padrões de qualidade e os objectivos que devem ser alcançados.[...]"

Devo estar num estado letárgico, do tipo lerdo. Então as escolas são livres de definir o que querem ensinar e as disciplinas curriculares são definidas pelo governo.
E esta? Eh, eh, será obra do vírus?

Virus disse...

Pá...eu cá não fiz nada...a única vez que estive na Holanda foi numa entrevista de trabalho para a ESA...

Miguel Pinto disse...

Vírus, estás perdoado ;)

Anthrax disse...

Opá! Lá estão vocês! Uma pessoa já não pode traduzir nada do inglês para o Português que lhes cai tudo em cima...

O que diz o relatório é: "Schools are free to determine what they teach and which teaching methods they will use. But the subjects of the curriculum are defined by the government, as are quality standards and attainment targets."

É paradoxal. Pois, se calhar é,mas o que é que querem que eu faça? É o que diz este relatório! Além disso, eu não disse que concordava com ele (ele=relatório), até porque quando chegamos à parte do financiamento, há coisas que eles fazem com as quais eu não concordo. E uma dessas coisas é o facto das Escolas privadas poderem ter fontes alternativas de financiamento e as públicas não...

Se bem que ainda não me debrucei sobre a questão do financiamento das escolas o suficiente, para chegar à conclusão com que tipo de modelo de financiamento concordo mais ou concordo menos.

De qualquer forma, e de acordo com este relatório, este modelo serve bastante bem e tem resultados bastante positivos na Holanda. No entanto, isto não pode ser visto como nodelo chapa 3. Serve os propósitos deles, mas pode não servir os nossos.

Por exemplo, na Grécia quem distribui os manuais escolares é o Governo. São únicos e são iguais para todas as escolas. Esta prática tem aspectos positivos, mas também tem aspectos negativos (onde se inclui o facto de ser extremamente dispendioso para o Estado Grego).

Miguel Pinto disse...

“Por exemplo, na Grécia quem distribui os manuais escolares é o Governo. São únicos e são iguais para todas as escolas. Esta prática tem aspectos positivos, mas também tem aspectos negativos (onde se inclui o facto de ser extremamente dispendioso para o Estado Grego).”

É pior a emenda que o soneto, como diz o povo aqui de cima. Manual único e ainda por cima pago por todos os contribuintes? É mau de mais para ser verdade.
Aqui só para nós que ninguém nos ouve: Este ano lectivo decidi não adoptar um manual escolar. Há aspectos positivos e negativos. Vejamos uma desvantagem: Terei mais trabalho com a selecção dos materiais de apoio. Uma vantagem: os alunos [os EE] pouparão algum dinheiro.

Anthrax disse...

Caro Miguel,

Não sabia que isso era possível. Mas se o fez, independentemente do trabalho que dá arranjar materiais pedagógicos, acho que fez muitíssimo bem.