Curiosamente, a propósito da minha deslocação à Irlanda, encetei um debate com um amigo meu que se pode resumir na seguinte questão:
O que é que é determina o sucesso de um grupo? Será o sucesso individual que contribui para o sucesso do grupo, ou por outro lado, será o grupo que determina o sucesso individual?
A perspectiva do meu amigo, é a de que o sucesso do grupo determina o sucesso do individuo. Isto é, é o Todo que determina o sucesso das Partes.
A minha perspectiva, é exactamente a contrária. É o sucesso individual que determina o sucesso do grupo. Ou seja, o sucesso das Partes é determinante para o sucesso do Todo.
Qual é a vossa perspectiva?
14 comentários:
Ora aí está uma questão pertinente... Tudo isto é muito relativo...Porque tudo depende se os indíviduos estão preparados para trabalhar em grupo, ou não.
A melhor analogia que se pode estabelecer é com (Deus me perdoe...) o futebol. Ou seja, podemos ter um Maradona a marcar muitos golos num jogo, mas se o guarda-redes da sua equipa for um buraco também vai sofrer muitos golos, e o resultado final poderá mais certamente ser um empate.
Por outro lado uma equipa recheada de estrelas não é forçosamente uma equipa ganhadora, pois as estrelas podem funcionar bem individualmente, ou num grupo com menos estrelas, mas quando em conjunto não se conseguem entender para atingir o objectivo, logo o resultado pode ser um empate.
Por outro lado uma equipa que não tenha qualquer tipo de estrelas pode surpreender tudo e todos e ganhar a uma equipa mais bem cotada e com várias estrelas.
A minha perspectiva?...A minha perspectiva é que uma equipa tem de ter um líder forte e sábio que consiga fazer com que os restantes elementos queiram colaborar nessa equipa por desejo e não por obrigação, pois só assim é que a equipa pode vingar, MAS ATENÇÃO, o ser um líder forte não significa gritar mais alto, ou sê-lo porque deu jeito a alguém, significa que essa pessoa foi "elegida" no grupo em que estava inserida, não para ordernar as pessoas a fazer as coisas, mas para levá-las à conclusão que o melhor caminho para fazer as coisas é aquele que o líder escolheu, não por ter colocado a uma eleição democrática sobre o que fazer, mas por ter decidido que para o bem do grupo esse era o melhor caminho a seguir e ter tido a capacidade de juntar esse grupo à volta do mesmo objectivo e a "remar" para o mesmo lado para o atingir.
Resumindo, peguem num cigarro e dobrem-no, ele quebra num piscar de olhos, de seguida peguem em vinte cigarros e tentem dobrá-los todos ao mesmo tempo...boa sorte...
O indíviduo só é fraco, um grupo é forte, e um grupo composto por vários indíviduos é forte...
NO MAN IS AN ISLAND...
Se usar o exemplo da selecção da Argentina com Maradona...talvez tenha razão...mas se se lembrar da laranja mecânica de Cruyf...talvez consiga ver que um todo que jogo para todos e para cada um faz com que tenha sucesso..e ajuda a elevar o indíviduo maior..
Vocês são lixados hã!
É verdade, No man is an Island, contudo continuo a achar que o sucesso das partes continua a ser a varável que determina o sucesso do grupo.
Se o exemplo do futebol é um bom exemplo, pode não ser o melhor exemplo.
Talvez se olharmos para o corpo humano, vejamos que ora aí está um grupo que funciona bem porque se não funcionar, algo vai correr mal.Uma equipa de futebol que só tenha estrelas, é como um corpo humano que só tem corações. Para além de ser uma anormalidade, nunca pode funcionar porque para que esse corpo funcione como deve ser, são necessários os orgãos todos cada um a desempenhar a sua função.
Na realidade, esta questão levantou-se a propósito do papel e do reconhecimento do "mérito" individual numa organização (conceito entendido de forma abrangente que pode ir desde um pequeno grupo à concepção de Estado).
Aquilo que defendi foi a ideia de que é necessário reconhecer o mérito individual para que uma organização funcione bem.
Aquilo que o meu amigo defendeu foi a ideia de que, o mérito individual deve ser obliterado em função do sucesso da organização.
O problema é que eu acho que para poder explicar estes 2 pontos de partida diferentes, temos de andar para trás e entrar no campo da filofia. Consequentemente, vamos cair no debate das questões clássicas como a natureza do homem ou a moral, visto que este é o fio condutor que vai determinar tudo o que se disser a seguir.
Já que tocaram nas coisas da bola deixem-me acrescentar a minha opinião. O Todo é mais e menos do que a soma das partes. É mais porque legitima a parte: a parte só o é no Todo; É menos porque o Todo limita a parte: coarcta-lhe a liberdade e a criatividade.
Ora seja muito bem vindo a este blogue caro Pinho Cardão.
Sobre a liderança, pois já tive oportunidade de botar discurso nuns posts mais atrás e sim, todos eles apontam na direcção que menciona. Infelizmente a liderança política ou outra), em Portugal anda pelas ruas da amargura.
Caro Miguel Pinto, ora aí está uma boa perspectiva. No entanto, o meu fio condutor em termos de pensamento é Aristóteles, sobretudo aquela parte em que ele defende que, por natureza, as pessoas preocupam-se mais com aquilo que lhes pertence do com aquilo que lhes é comum.
Olá amigo Anthrax
Gosto desta questão e, sobretudo, da forma como foi aqui abordada e dos excelentes contributos dos comentadores. Nada acrescentando ao que foi dito, permito-me só lembrar-lhe como uma péssima líderança acabou com uma excelente equipa, enquanto tal, o que criou e reforçou os laços entre as pessoas que a constituiam. Recorda-se? Se pensarmos o sucesso individual como a capacidade de cada um se superar no seio do funcionamento de um grupo, temos então que, neste caso, o sucesso (leia-se sobrevivência) da equipa foi o somatório do sucesso (leia-se resistência)individual. Malgré JU!
:)
Crackinho!!!! :))) Weeeeeeee! Está de volta! Que bom :)) Temos de conversar, tenho novidades girissímas para lhe contar.
Relativamente ao assunto em debate, tal como o Pinho Cardão referiu,« Um fraco Rei faz fraca a forte gente». Queiramos ou não, a sabedoria popular tem a sua razão de ser e por norma assenta no senso comum. No caso concreto que referiu, foi isso mesmo que aconteceu.
Falando nisso, recebemos o relatório da auditoria da C.E. Já me fartei de rir. A maiores falhas apontadas são no âmbito do modelo de gestão implementado aqui no tasco. Como é óbvio, em termos gerais, os auditores não relataram nada que eu já não soubesse.
Agora, a nossa estimada Direcção quer que rebatamos os pontos mencionados no documento. No que me toca, já fiz saber que não vou rebater nada com o qual concorde (e que corresponde à maior parte do que foi focado no relatório)e também não vou permitir que usem a minha capacidade de argumentação (em português ou inglês),para rebater outras questões com as quais, mesmo não sendo do meu pelouro, eu concorde. É uma questão de princípios, nada mais.
Muito bem Anthrax, é assim mesmo. Já agora, uma dúvida: se lhe pedissem para usarem a sua argumentação em gaélico, permitiria? :))
Em gaélico?!
Claro que permitia! Mas como não falo a língua dos indígenas, era capaz de ser mais dificil.
Fora isso, sabe aquela sua amiga que (para minha infelicidade), ainda gere ali o nosso "tasco"... "Xeira-me" a que um dia destes leva com uma cadeirita (daquelas com as rodinhas), na cabecita. Já andou mais longe e eu detesto quando as coisas começam a entrar por esta via, até porque eu sou uma pessoa extremamente calma e tolerante. Só que não sei porquê, parece-me que um dia destes as coisas não lhe vão correr bem.
Meu amigo, então, numa senhora não se bate com uma cadeira, ainda por cima com rodas!!! Dê-lhe uns estalos, um bom murro no meio da carita, um pontapezito bem aplicado, sei lá! Mas com uma cadeira, nunca!
:)
Pois não. Numa senhora não se bate com uma cadeira... mas primeiro, era preciso que a senhora fosse uma "Senhora" e segundo, as excepções confirmam a regra. Neste caso, ela é uma excepção e é elegível para levar uma lambada. Não andam sempre com a igualdade de oportunidades na boca? Então, ora aí está. Para além disso, a Constituição da República Portuguesa proíbe a discriminação com base no sexo, religião, ideologias e afins. Por isso, paciência, não posso ser "inconstitucional".
Teoricamente eu devia continuar na linha de pensamento do Aristóteles, mas de momento a coisa está a fugir-me para os lados do Maquiavél.
É muito bom comentar generalidades [bestialidades?] principalmente quando desconhecemos o móbil do crime. ;) Cadeiras no ar, cabeças a rolar... isto está a ficar muito tétrico.
Caro Miguel Pinto
Excelente sentido de humor, o seu. Importará clarificar que há uma componente de cumplicidade lúdica neste blogue, muito gratificante para os comparsas da brincadeira, mas que temos de aceitar que possa tornar-se "tétrica" para o visitante habitual. Contudo, não tema, que eu e o Anthrax somos muito selectivos nos "crimes" que tratamos à "cadeirada".
:)
Essa é boa, eh,eh. Estão perdoados.
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