“Ay amor me duele tanto Me duele tanto
Que te fueras sin decir a donde
Ay amor, fue una tortura perderte
Yo se que no he sido un santo
Pero lo puedo arreglar amor
No solo de pan vive el hombre Y no de excusas vivo yo. “ – in La Tortura, Shakira y Alejandro Sanz
No solo de pan vive el hombre Y no de excusas vivo yo. “ – in La Tortura, Shakira y Alejandro Sanz
Gosto muito deste clip musical. Esta moça, a Shakira, fica muito bem toda besuntada com aquele óleo preto.
Tirando isso, há que falar de Tortura. Isto a propósito de uma chamada de atenção que o Professor Massano Cardoso fez aqui no 4ª República.
Tortura é chato. Tanto para aqueles que torturam, como para aqueles que são torturados. Para aqueles que torturam porque é um trabalho desagradável, para aqueles que são torturados porque, ao fim ao cabo, aquilo é capaz de doer um bocado.
Independentemente da sua definição, todos compreendem o seu conceito de diferentes formas. É como a declaração dos direitos humanos, todos a assinaram e todos a respeitam, cada um à sua maneira e quem não tiver telhados de vidro, pois que faça o favor de atirar a primeira pedra.
De hoje em dia está na moda falar mal dos americanos, tal como nos séculos passados estava na moda falar mal da potência hegemónica da altura fosse ela qual fosse. A diferença é que em tempos idos, a informação demorava mais tempo a chegar e quando chegava, passava primeiro pelas esferas de decisão e só depois chegava às massas. De hoje em dia, a Comunicação Social deu cabo do arranjinho e o que se passa, é que na maior parte das vezes a informação chega mais depressa às massas por via informal, do que às esferas de decisão por via formal, ou pelo menos assim parece. No entanto, há que atentar que nem tudo o que parece, realmente é. Por isso dizer que os americanos não respeitam isto ou aquilo e fazer aquelas acusações inflamadas de pôr a chorar as pedras da calçada, é apenas a arma de quem nada pode, isto é, dos fracos. É como os lobos numa alcateia, ou se submetem ao macho dominante e aceitam o status quo. Ou se não aceitam, podem sempre lançar um desafio para ver qual será o próximo alfa, mas aí ou têm força, ou se não têm, então terão um problema.
O problema da informação chegar depressa às massas é o mesmo que se passa no futebol. De um momento para o outro todos são excelentes treinadores de bancada e percebem, a rodos, de futebol. Na política externa e em questões de segurança internacional é a mesma coisa. Aterra um avião que se suspeita ser da CIA e toda a gente passa a especialista em matéria de política externa dizendo que lá estão os americanos a tratar mal os terroristas coitadinhos.
Por mim, deviam lançar uma campanha de Natal “Adopte 1 Terrorista”. Se funciona com os animais do Jardim Zoológico, também deve funcionar com estas criaturas afáveis.
Bom, mas a «cena» aqui é a tortura.
O que é que é mais torturante? 20-30 minutos de anúncios publicitários no meio de um bom filme ou um tipo a espetar pauzinhos pontiagudos debaixo das nossas unhas? Sinceramente não sei. Mas se calhar os 20-30 minutos de anúncios publicitários, porque o mais provável é que um indivíduo desmaie ao fim de 5 minutos no cenário dos pauzinhos. É claro que depende do indivíduo, se for muito resistente à dor pode levar mais tempo a perder a consciência. No cenário dos anúncios publicitários são 20 a 30 minutos de tortura non-stop no qual, o indivíduo nem sequer tem o direito de desmaiar.
De facto, meter imigrantes ilegais dentro de um contentor é mau e um verdadeiro atentado contra a dignidade humana. Pessoalmente, penso que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras devia usar o dinheiro dos contribuintes para lhes proporcionar uma estadia num hotel de cinco estrelas enquanto decorrem as diligências de extradição.
O vídeo das praxes dos soldados britânicos é um escândalo e um atentado contra a dignidade humana. Eu também acho que sim e o facto de se tratarem de soldados e de se saber que, caso sejam apanhados pelo inimigo terão de passar por situações muito piores, não interessa nada para o caso.
A proibição da eutanásia, é uma boa medida porque não tortura pessoas. Defende o direito à vida e enquanto há vida, há esperança, independentemente das circunstâncias.
É claro que o conceito de tortura é geralmente entendido como algo que se faz a outro, de uma forma consciente e perversa. Uma maldade. Mas será que é mesmo?
A título meramente pessoal, penso que a tortura é apenas mais um instrumento ao serviço de qualquer coisa. Pode ser utilizado para obter coisas bastante objectivas, ou pode ser utilizado para fins de cariz mais lúdico. No fundo penso que é um instrumento igual a um carro, tanto pode ser utilizado como meio transporte, como pode ser utilizado enquanto arma letal. E como qualquer outro instrumento, é desprovido do elemento da perversão ou da maldade, visto que esses são elementos inerentes à condição humana.
4 comentários:
Pelo que me chegou aos ouvidos tortura mesmo tem sido ver os debates presidenciais... nessa perspectiva parece que a publicidade acaba por ser uma excelente opção lembra o espectador que afinal ainda está vivo...
Anthrax! Anthrax!
Sabe perfeitamente o que é a tortura. Nem é preciso defini-la. Não precisamos confundi-la com torturices, tais como alguns jantares de Natal.
O melhor seria jantar com amigos e aproveitar o momento para uma sessão de "má língua" que, diga-se de passagem, faz muito bem à saúde, acabando por ficar reforçada se for acompanhada de boas e espontâneas gargalhadas.
Caro Prof,
Sei sim senhor o que é a tortura. Mas já reparou como é tão mais interessante a forma como as pessoas racionalizam o tema?
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