Como é óbvio, não poderia deixar passar despercebido o comentário do Vírus ao meu post anterior.
«Num país onde o próprio Estado não apoia de forma alguma as crianças portadoras de deficiências, ou qualquer outro tipo de dificuldades, não me espanta nada.Senão vejamos, existe nos Olivais (em Lisboa) uma dependência do Hospital Dona Estefânia dedicada ao apoio e acompanhamento de crianças que necessitam de apoio especial (por vários motivos), chamada UPI-Unidade de Primeira Infância.
O trabalho desenvolvido nesta unidade é feito em moldes algo bizarros, ou seja, de manhã é feito por profissionais pagos pelo Estado e a partir de uma certa hora (de tarde) é desenvolvido pelos mesmos profissionais nas ditas instalações, através de uma associação de apoio à criança mas é pago pelos pais que podem pagar, e em alguns casos que não podem pagar também!
Recentemente a Direcção do Hospital DªEstefânia mandou suspender as actividades desta associação e a entrada de novas crianças uma vez que estes serviços prestados pelos médicos e pelos auxiliares fazem parte da obrigação do Estado, sobretudo tendo lugar em instalações do Estado, logo é um serviço que deve ser gratuito para as famílias...CERTO????
Não...ERRADO!... A Direcção do Hospital Dª Estefânia quando questionada pela equipa que presta este serviço sobre os novos moldes de funcionamento e financiamento das actividades da UPI por forma a garantir que todas as pessoas continuassem a ter o apoio necessário para as crianças a resposta foi... NÃO HÁ DINHEIRO... LOGO SUSPENDEM-SE AS ACTIVIDADES...
Resumindo:Os pais que querem ver os seus filhos apoiados no seu desenvolvimento, seja a pagar ou gratuitamente, não podem vê-lo porque o Hospital Dª Estefânia não dá dinheiro para manter a UPI em funcionamento, mas se os pais até quiserem pagar para que isso aconteça também não o podem fazer porque é um serviço gratuito que tem de ser prestado pelo Estado...só que o Estado não dá dinheiro para que o serviço funcione!Se o Fernando Pessa estivesse por cá certamente diria "E ESTA HEIN?..."
Perante isto não me admira nada que o Tribunal tenha decidido o que decidiu...só serve é para aumentar a minha vergonha e tristeza de ser português... e dar graças a Deus porque os meus filhos são franceses (se bem que por lá as coisas também não andam lá muito bem)! »
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