terça-feira, abril 04, 2006

FREAKONOMICS - O estranho mundo da economia

Pois é verdade, eu, moi même, estou a ler (aliás faltam-me umas páginazitas para acabar), um livro que para além de se chamar "Freakonomics", é sobre economia. Economia! Sim, leram bem. Eu que não percebo nada disto, estou a ler um livro sobre economia... Tudo bem que é um pouco alternativo e não é, de certezinha absoluta, a mesma coisa que ler "A Introdução à Economia" do prof. João César das Neves e por muito que eu goste do Prof. JC das Neves, compreendo muito melhor a linguagem utilizada pelo Steven D. Levitt e pelo Stephen J. Dubner.

A quem não leu aconselho vivamente a ler, mas não se deixem perturbar por uma série de ideias que são demonstradas neste livro. É claro que para quem não é da área da economia ou da gestão, este livro lê-se na perspectiva de um ignorante, mas para quem é da área certamente que poderá fazer outro tipo de juízos que, como é óbvio, nunca poderiam ser os mesmos que os meus.

Muito resumidamente, achei o Levitt brilhante na forma como levanta as questões, acima de tudo porque a maneira como se coloca uma pergunta é tão ou mais importante do que a resposta em si e as perguntas que ele coloca, das duas uma:

- ou são tão absurdas que até têm lógica,

- ou são tão lógicas que até são absurdas.

Ainda não me consegui decidir.

No 1º capítulo, o autor estabelece as semelhanças entre os professores e os lutadores de sumo e por muito aberrante que isto possa parecer, a explicação é não só coerente como demonstrada e em ambas o resultado é o vício de resultados (no caso dos professores, os resultados que dizem respeito aos exames nacionais. No caso dos lutadores de sumo, os resultados do jogo).

No 2º capítulo, são estabelecidas as semelhanças entre o Ku Klux Klan e os agentes imobiliários, e apesar de não ter achado tanta graça a este capítulo, a explicação relativa às assimetrias de informação - que no fundo é o elemento que os une - está fabulosa.

O 3º capítulo questiona porque é que os traficantes de crack ainda vivem em casa dos pais. Mas à parte desta questão ainda revela outras coisas adicionais como por exemplo, porque é que uma prostituta ganha mais do que um arquitecto, sendo que mais depressa um arquitecto procura uma prostituta do que o contrário.

No que respeita ao 4º capítulo, acredito que algumas mentes possam ficar um bocado indignadas com o que é revelado. A pergunta que o autor levanta é, exactamente, o que é que é feito dos criminosos? Bom, sem entrar em juízos de valor, nem defesa de direitos destes ou daqueles, o que o autor vem demonstrar é , tão somente, o seguinte:

- Países onde o aborto é legal e onde a taxa de prática do mesmo é elevada, têm uma taxa de criminalidade muito inferior aos países, onde a prática do aborto é ilegal.

É claro que nesta matéria, cada um tirará as suas ilações tal como eu tirei as minhas

No 5º capítulo, fala-se de pais perfeitos. Aqui o autor lança uma pergunta bastante interessante que é: O que é que é mais perigoso? Uma arma ou uma piscina? Aqui, fica-se a saber que crianças que habitem em casas que têm uma arma e uma piscina, têm 100 vezes mais probabilidades de morrerem afogadas do que por causa de um acidente com uma arma de fogo.

Ainda não cheguei ao 6º capítulo... mas está quase, está quase!... Deviam existir mais professores destes.

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