Confesso que ainda não consegui perceber, «um boi», desta história dos selos. Mas há uma coisa que já percebi: Não é só cá que as finanças andam atrás do pessoal, tipo rafeirotes esfomeados atrás de um osso. Nem é só cá que há ressabiados (sendo que esta parece ser uma figura que se apresenta em várias culturas).
«Economics 101»: As coisas valem, aquilo que as pessoas estiverem dispostas a pagar por elas.
Este é um princípio aplicado a selos, cromos, berlindes, caricas, casas, terrenos, obras de arte, couves-de-bruxelas, torradas com a cara da virgem Maria, calhaus pré-históricos, pontas de flecha do séc. XV, bonequinhos da Dragon, etc, etc.
Tudo se compra, tudo se vende. É mais barato se a oferta for muita e a procura for pouca. É mais caro se a oferta for pouca e a procura for muita, blá blá blá, blá, blá blá.
Se eu quiser comprar uma gaiola, cheia de cócó de piriquito colocado em sítios, artisticamente, aleatórios, por achar que é um bom investimento e que vou conseguir vendê-la -pelo menos - pelo dobro do valor que me custou, «That's my business!». Nem o Banco de Portugal, nem a CMVM têm de regular o que quer que seja.
Da mesma maneira que, se eu quiser comprar uma série de Gaiolas decoradas com cócó de piriquito e começar a publicitar que investir nestas gaiolas é melhor do que investir em imobiliário, também ninguém tem nada a ver com isso. Além de que, se as gaiolas não prestarem, o mercado encarregar-se-á de se regular a si próprio sem precisar da intervenção paternal do Banco de Portugal ou da CMVM.
Todo o sistema financeiro em Portugal assenta na Banca, por isso é que a Bolsa portuguesa é uma anedota quando comparada com as suas congéneres dos outros países. Não se perde muito, não se ganha muito e todos ficam contentes como se isso fosse uma grande coisa e tudo funcionasse lindamente. Tipo Alice no País das Maravilhas. É muito bonito, se não fosse tão triste.
É assim, eu não percebo nada destas coisas, mas para mim investir é como um jogo em que se pode ganhar muito e em que se pode perder tudo. Quem decide jogar é porque decide correr o risco inerente a este jogo.
«Economics 101»: As coisas valem, aquilo que as pessoas estiverem dispostas a pagar por elas.
Este é um princípio aplicado a selos, cromos, berlindes, caricas, casas, terrenos, obras de arte, couves-de-bruxelas, torradas com a cara da virgem Maria, calhaus pré-históricos, pontas de flecha do séc. XV, bonequinhos da Dragon, etc, etc.
Tudo se compra, tudo se vende. É mais barato se a oferta for muita e a procura for pouca. É mais caro se a oferta for pouca e a procura for muita, blá blá blá, blá, blá blá.
Se eu quiser comprar uma gaiola, cheia de cócó de piriquito colocado em sítios, artisticamente, aleatórios, por achar que é um bom investimento e que vou conseguir vendê-la -pelo menos - pelo dobro do valor que me custou, «That's my business!». Nem o Banco de Portugal, nem a CMVM têm de regular o que quer que seja.
Da mesma maneira que, se eu quiser comprar uma série de Gaiolas decoradas com cócó de piriquito e começar a publicitar que investir nestas gaiolas é melhor do que investir em imobiliário, também ninguém tem nada a ver com isso. Além de que, se as gaiolas não prestarem, o mercado encarregar-se-á de se regular a si próprio sem precisar da intervenção paternal do Banco de Portugal ou da CMVM.
Todo o sistema financeiro em Portugal assenta na Banca, por isso é que a Bolsa portuguesa é uma anedota quando comparada com as suas congéneres dos outros países. Não se perde muito, não se ganha muito e todos ficam contentes como se isso fosse uma grande coisa e tudo funcionasse lindamente. Tipo Alice no País das Maravilhas. É muito bonito, se não fosse tão triste.
É assim, eu não percebo nada destas coisas, mas para mim investir é como um jogo em que se pode ganhar muito e em que se pode perder tudo. Quem decide jogar é porque decide correr o risco inerente a este jogo.
2 comentários:
Oh camarada Anthrax,
Mas se comprar 1/100 da gaiola decorada com fezes de periquito, vai querer saber se a gaiola não foi vendida a 200 sujeitos. Certo?
Pois, é isso que deve ser regulado para bem do negócio. Se eu tiver a percepção e garantia que estou mesmo a comprar 1/100 da gaiola, eu não preciso de ir ver a gaiola e até posso comprá-la e vendê-la no mesmo dia. Coisa que não aconteceria se não fosse regulado porque todos desconfiávamos de todos.
O pior de tudo é que tanto regulador, que obrigam os intervenientes a todo o tipo de chatices, e depois há um fundo que abifa mil milhões de euros sem que ninguém "detecte indícios".
Ó amigo Tóni,
Se dividir a gaiola em 100 lotes, não os pode vender a 200 interessados, senão acontece-lhe o mesmo que aos aviões da TAP quando estão em "overbooking" e é uma chatice. A não ser que os 100 que estão em "overbooking" saibam que o estão e aceitem a condição. E que eu saiba, não há nenhuma Comissão reguladora para ir fiscalizar se a TAP anda, ou não, a vender mais lugares do que aqueles que tem.
Nós aqui no tasco, quando atribuímos subvenções, também excedemos o orçamento que a C.E. nos dá. Esse é um risco devidamente calculado com base nas execuções dos anos anteriores e que nos permite ter uma taxa de execução bastante elevada. Mas isto não deixa de ser um risco e um grande risco, porque se de repente os nossos beneficiários aprendem a gerir as subvenções como deve de ser e ninguém desiste, nós temos um problema. Mas também não temos nenhuma Comissão reguladora a vir aqui meter o nariz.
Continuo a dizer, o mercado tem a capacidade para se auto-regular, não precisa que alguém lá vá apertar os parafusos para que continue a funcionar. A única coisa que tem de haver é um mecanismo de reacção que possa ser despoletado quando alguém se sente lesado e aí é tudo investigado, quem denúncia e quem é denunciado.
Este sim, é um mecanismo bastante interessante. Voltando aqui outra vez ao tasco, de vez em quando surgem-nos "clientes" muito mal dispostos e entediados com a vida, que acham que têm sempre razão. A acrescentar a estas qualidades todas, ainda são empreendedores e cheios de iníciativa, por isso quando reclamam, reclamam conosco e se a nossa resposta não lhes agrada, reclamam à C.E. (às vezes também reclamam directamente à C.E.).
Ora, os moços da Comissão adoram quando se lembram deles para lhes dar feedback de alguma coisa e então, a primeira coisa que fazem é analisar a reclamação, a segunda coisa que fazem é enviar uma equipa de auditoria financeira para quem reclama. Há uma instituição portuguesa (muito conhecida na praça) que, graças à sua liberdade de iniciativa, já teve o prazer de conhecer os moços da equipa da Comissão. Posso dizer que a intervenção comunitária foi de tal ordem, que às páginas tantas já nos andavam a pedir para intervirmos a favor deles junto da C.E (é claro que não o fizemos).
Um mecanismo assim, sim. É eficaz.
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