terça-feira, agosto 01, 2006

A propósito do "MAIS DO MESMO"

Ora cá estou eu, mais uma vez, desta feita para vos falar do meu post anterior.
Faço-o, não porque tenha mudado subitamente de opinião mas, porque o Prof. Massano Cardoso me perguntou se eu realmente acreditava no que tinha dito. Respondi-lhe que sim, acreditava.
É perturbador, é mostruoso, é perverso? Sim, é tudo isso e muito pior. É tudo isso, porque quando falamos em conflitos armados que têm por base ideologias, religião e etnias ou raças entramos no domínio do "irracional", onde nada é impossível e tudo o que importa é a aniquilação total do adversário seja de que forma for. Não há lugar à coexistência.
O facto de existir uma extensão, de um grupo terrorista, que se manifesta através de um partido político não quer dizer que as criaturas se tenham tornado democráticas, quer apenas dizer que as criaturas têm um sentido de adaptação muito grande e que sabem que a única maneira de dialogar com o resto do mundo é através de uma face política. Por sua vez, esta face política tem de adoptar sempre o discurso da vitimização, porquê? Porque nós os ocidentais somos, incondicionalmente, sensíveis à "vitimização" e à desgraça alheia sob a égide da tolerância e da solidariedade. Mas nunca perguntamos como é que eles lá foram parar, até porque essa é uma pergunta incómoda que nos leva por caminhos tortuosos e nos conduz a conclusões que, se calhar, nós não queríamos chegar. Deste modo, é preferível acreditar na "vitimização" mesmo que se veja Tróia a arder. E contra isto, bananas. Desafiar convenções instituídas é tramado.
Portanto, quando eu vejo, mães com filhos, que mal sabem andar ou falar, ao colo, a dizer que o pequenito quando crescer vai ser um mártir e o obriga a repetir aquela asneirada, mesmo que o puto esteja mais interessado num chupa-chupa. Quando eu vejo, pseudo-feridos a levantarem-se das macas e a correr com uma arma na mão (Ooops! falha de realização, esqueceram-se que haviam mais câmaras de televisão a filmar), e quando oiço colegas meus (da Turquia), a dizerem-me, com toda a convicção, que "Deus é Grande" e que, de facto, as mulheres são uns seres inferiores e deviam de andar de burka e não deviam andar tentar o parceiro com condutas inapropriadas.
Sim, definitivamente, eu acredito.

4 comentários:

crack disse...

Amigo Anthrax, 5 estrelas!

Anthrax disse...

Muito obrigado amigo Crack e seja bem aparecido.

O amigo nunca mais me disse nada... não manda um postalito... nada! Anda aqui uma pessoa a morrer de tédio... não acontece nada, parece que está tudo de férias!

Virus disse...

Pois é... quando a realidade nos atinge ela é tramada... é mais ou menos o mesmo quando um Hellfire ou uma JDAM nos atingem... uma grande chatice...

Mas não se podem é dizer as coisas como elas são... não é bonito, não é ético...

O curioso é que já algumas vozes dissidentes (até um desses fanáticos defensores da liberdade as calar em nome de Alá) no seio da sociedade árabe se começaram a levantar contra o actual estado das coisas na sociedade árabe e muçulmana... devem ser meros agitadores patrocinados pelos países Ocidentais... pelos infiéis...

Anthrax disse...

É... ser infiel é uma coisa lixada à brava.

Enfim, é um estilo de vida como outro qualquer e pelo menos podemos escolher o que queremos ser e quando o queremos ser. Os "outros" são demasiado ignorantes para conseguirem pensar por si.