Bom, se virem bem o senhor até tem um ar simpático, a malta é que está sempre a criticar, a desfazer o trabalho dos outros. Ninguém compreende, o trabalho de ministro não é fácil! Mas e daí, não é a mim que me pagam para ser ministro e como é do conhecimento geral, os cargos de topo são bem pagos, exactamente, porque quando se está debaixo de fogo é esperado que a criatura "leve um tiro" de alguém. É um pacote que já vem com um estojo de primeiros socorros, no qual se incluem muitos pacotinhos de anti-ácidos para acalmar o estômago e uma versão XL dos frascos de aspirinas.
Assim sendo, tem mais é que levar na cabeça porque é para isso que também lhe pagam.
Com que então falta de médicos?
Não obstante o facto dos médicos não abundarem por aí, é muito aborrecido verificar que o ministério da saúde lhes anda a fazer o mesmo que faz com os professores.
Foi o sistema informático.
Sei...
Bom, além do habitual dizer «as máquinas têm sempre razão», quando se usam sistemas novos, mesmo quando testados com sucesso, costuma haver também um plano alternativo que assegure a continuidade dos trabalhos caso o primeiro plano falhe. Porquê? Porque normalmente há objectivos e prazos para cumprir, e porque se os objectivos e os prazos não forem cumpridos vai-se afectar o funcionamento de outras coisas directa e indirectamente relacionadas com o mesmo tópico. Por sua vez, em última análise afecta os resultados esperados. Em tudo há uma relação de causa-efeito, acção-reacção. Neste caso, o efeito foi, por exemplo, ver os médicos a oferecerem-se ao hospital de Coimbra mas, sabe-se lá que mais poderão fazer! Seja como for, espero que sejam criativos porque, como já devem ter tido oportunidade de reparar, o ministério da saúde não os respeita a eles, nem respeita a população em geral, o que nos conduz à questão do «Porque haveríamos nós de respeitar uma instituição que não nos respeita, nem se dá ao respeito?»
Eu faço a mesma pergunta em relação ao ministério da educação. Também não sei porque é que os professores, que andam todos revoltados com o assunto do estatuto, ladram imenso mas ainda não morderam ninguém. O pior é que nem vão morder, uns porque lhes faltam os dentinhos, outros porque com próteses não dá. A outra possibilidade é serem uma classe de masoquistas, no entanto, como devem compreender, este tipo de tendências não se discute. Cada um gosta daquilo que gosta.
Como dizia F.Fukuyama, a falta do Thymos é uma coisa terrível. Os professores já o perderam, vamos lá ver se os médicos o têem.

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