sexta-feira, janeiro 05, 2007

SEE NO EVIL, HEAR NO EVIL, SPEAK NO EVIL


Isto é a minha maneira de dizer que vou deixar de ver e ouvir as notícias relativas à política interna deste mini-inferno em que se transformou o nosso país. Isto, porque se não vir, nem ouvir, também não vou poder falar mal.

Quer dizer, o meu maior problema até nem é a parte do falar mal, até porque isso parece que faz parte da nossa memória colectiva, o meu maior problema é se resolvo colocar a minha inteligência ao serviço de outro tipo de actividades não conformes com a legislação e poder político em vigor.

Alguém já ouviu alguma boa notícia desde que o ano começou?

Bem... exceptuando aquela ameaça de greve dos jogadores de futebol, até porque essa devia ser bastante engraçada.

Não, pois não?

Tudo o que sabemos é que:

- os ordenados não aumentaram,
- a electricidade vai aumentar,
- os combustíveis vão aumentar,
- o pão vai aumentar,
- as criancinhas que tiverem de ser submetidas a transplantes hepáticos têm de ir para fora do país (aliás seria muito interessante saber se o ministro da saúde mantinha o mesmo tipo de opinião leve e solta se quem precisasse de um transplante fosse um filho ou um neto seu, mas com tantas doenças graves que andam por aí, quem sabe um dia o desastre lhe bata à porta),
- os meios de socorro que não socorrem ninguém e deixam morrer pescadores, (atenção porque aqui não vejo qualquer responsabilidade dos militares, o que eu vejo é a responsabilidade do ministério (in)competente para quem a vida de 6 pescadores não vale nem a pá de uma hélice de um helicóptero, nem chega para pagar o combustível e ainda têm o descaramento de lançar um comunicado a dizer que estão a estudar a implementação do GMDSS quando esse protocolo já foi assinado há N),
- este ano vão fechar mais escolas,
- este ano vão fechar mais serviços médicos,
- os "EMELGAS" vão poder passar multas a carros estacionados em cima dos passeios como se fossem agentes da autoridade (que não são e eu se fosse a eles ponderava a possibilidade de andar em grupo e pedir um subsídio de risco à EMEL, porque tenho a certeza que as ruas vão ficar mais perigosas para eles).

Estão a ver, são só boas notícias e ainda só vamos a 5 de Janeiro.

Eu olho para isto tudo e dou comigo a pensar até onde será preciso chegar para que a classe política comece a ter medo. Mas medo a sério. Até onde será preciso chegar para que a sua sobrevivência - e a daqueles que a rodeiam - esteja, seriamente, ameaçada. No entanto, e ainda que esta pergunta seja deverás interessante, há, na minha óptica, uma outra questão muito mais interessante e que é: Como?

Enfim, já estão a ver porque é que é preferível não ver notícias, não é? Uma pessoa começa a ter ideias um pouco estranhas.

Bom, vou-me deitar sobre o assunto.

2 comentários:

Anónimo disse...

Cuidado, porque mesmo deitado...
Não se esqueça: DREAM NO EVIL!

Anthrax disse...

Pois é, não me lembrei dessa.

Ultimamente, dou comigo a pensar que se os golpes de estado não dessem uma trabalheira desgraçada, até poderiam ser uma boa ideia.

Por outro lado, também dou comigo a pensar que se estivesse no Egipto, com as cenas que digo para aqui, a esta hora estaria a verificar aquelas "magnifícas" instalações presidiárias que eles têm por lá.

É claro que não estou no Egipto, nem é um país que faça parte da minha rota turística uma vez que além de ter desenvolvido uma certa alergia ao sol, sou também alérgico a camelos...

Boa, vou escrever sobre o Egipto. :)