quinta-feira, maio 17, 2007

DECISÕES

Sabem, andei aqui a pensar e cheguei à conclusão que vou mudar de emprego.


Para mim, já chega de experiência em organismos públicos. Aprende-se muito a trabalhar nestas coisas e aprende-se - principalmente - tudo o que está relacionado com o que não se deve fazer. Fica-se também a perceber porque é que as instituições públicas, na sua generalidade, não funcionam e fica-se a perceber muito bem quem são os principais responsáveis por não funcionarem.


Numa estrutura pública, os principais responsáveis pelo não funcionamento da mesma são os dirigentes intermédios. Dirigentes esses que , normalmente, são nomeados para os cargos não em função das suas competências mas, porque estão a fazer um favor a alguém. Isto é, por exemplo o que se passa aqui. A criaturinha-mor, foi nomeada aqui para o tasco porque foi um favor que fez à Ministra da Educação. Isto não lhe interessa "um boi", nunca interessou. Por isso, gerir bem ou gerir mal é algo que lhe é, absolutamente, igual ao litro. É um tasquinho demasiado pequeno para o seu enorme ego e no seu rectum já não cabe mais nenhum feijão. E isto, meus amigos, não é gestão. É alpinismo.


Dentro deste conceito, há vários tipos de alpinismo, o normal (que pertence à categoria do desporto e por isso não vai ser aqui tratado), o social e - porque não - o político. O que estes dois últimos têm em comum é o recurso à falta de ética e à falta de profissionalismo como forma de ascensão social e política. Os indíviduos que praticam este tipo de actividade são parasitas por natureza e normalmente precisam de estar agarrados a outro ser vivo para poderem sobreviver (é um bocado como as carraças). Sem um hospedeiro as suas vidas tornam-se muito mais complicadas e a sua sobrevivência torna-se muito mais dificil de assegurar. São indíviduos que para chegarem onde querem vão saltando de hospedeiro em hospedeiro, até chegarem ao objectivo ou até alguém lhes acabar com a actividade.


A Administração Pública em geral é, por norma, o ambiente ideal para o desenvolvimento, proliferação e ascensão destes parasitas. E se não acreditam, comecem a olhar bem para os currículos que são publicados em Diário da República. São, basicamente, uma praga silenciosa que faz estragos consideráveis.


Eu quando trabalho, gosto de ver as coisas a funcionarem. Gosto de ver as organizações a evoluirem, não tenho por princípio fazer tábua rasa de tudo o que está para trás e reinventar a roda porque é uma perda de tempo e tempo é sempre dinheiro, quer seja numa instituição privada, quer seja numa instituição pública, pode é ter formas diferentes de se manifestar. O meu princípio é sempre ver o que funciona, ver o que não funciona, corrigir desvios e fazer melhor. Para mim, qualquer objectivo de qualquer organização deve poder ser quantificado e deve poder ser medido. Objectivos patéticos do género:


- "Ajuda os coleguinhas a ir à casa-de-banho e põe-nos a fazer chichi, fomentando o espírito de equipa".


ou
- "Trabalha bem para além do seu horário de trabalho mesmo quando não lhe pedem, demonstrando grande dedicação"


Não é uma coisa que considere particularmente interessante para o desenvolvimento de uma instituição. No primeiro caso porque as casas-de-banho costumam estar adequadas às necessidades de utilizadores deficientes. No segundo caso, porque aquilo que a maior parte considera dedicação eu considero como uma preocupação a 2 níveis; 1º ao nível profissional porque significa que não sei o que andam a fazer durante o horário de trabalho, 2º ao nível da psicologia porque significa que a pessoa que o faz tem alguma perturbação ou carência. Logo não é uma pessoa equilibrada.


A Administração Pública, funciona muito de acordo com estas patetices que veneram como se tratasse uma espécie de verdade universal. Ora, para mim, defensor acérrimo da não existência de verdades universais, é muito complicado trabalhar com principios nos quais, não só, não acredito, como também, me é extremamente fácil desmontá-los e colocá-los em causa. Neste sentido, consigo compreender que possa ser considerado como uma ameaça por e para algumas criaturas muito embora seja uma consideração, absolutamente, imbecil.


Não me interessa continuar a desperdiçar o meu tempo e o meu talento (porque tenho algum é claro), ao serviço de um bandinho de idiotas a brincar à política e à gestão. Por isso, estou aberto a novas ofertas de trabalho e também me vou dedicar à procura de novas oportunidades.


Tenho dito.

4 comentários:

CHEVALIER DE PAS disse...

Caro Antrhrax,

Só manifestar intenção de, não basta, olhe que as empresas de recrutamento de pessoal são muito exigentes, e então para quadros superiores ui! Tem que marcar a diferença!
Forneço-lhe já algumas sugestões:
Creative Connection
Concilium
Deloite & Touche
Manpower
Dupla Humana
Ernst & Young
Galileu RH
Lisconsult
Psiquatro
Yellow's - Recrutamento e Selecção

Anthrax disse...

Cara Chevalier,

Eu sei que são muito exigentes, têm de o ser. Por acaso, das empresas que citou conheço apenas a Delloite e é porque foram eles que nos fizeram a auditoria. As outras não conheço.

Depois conheço a Ray Human Capital e a Ray & Berndtson (que é a parte de head hunting). Inclusivamente, tive a oportunidade de conhecer a Dra. Ana Loya que, não tendo um ar bestialmente simpático, tem ali qualquer coisa de bastante interessante. Fica-se com a sensação de que é uma pessoa que vale a pena conhecer e com quem se pode aprender. Na minha opinião, este é um aspecto muito positivo mas, lá está, como nunca trabalhei com ela também não sei até que ponto se verifica o que acabei de dizer.

Great Houdini disse...

Caro anthrax força aí ... em termos biblicos acredito que os bons serão recompensados!!!

Se será assim não sei, mas preciso de acreditar, que essas instituições inferiores n merecem o talento de ninguém ...

Anthrax disse...

Caro Houdini,

Pois deixe-me que lhe diga que uma praga biblica em cima delas também não era uma má ideia.... mas, só depois de eu sair.

Bolas!... Nem eu tinha ideia que estava assim tão desesperado para sair dali... aquilo é mesmo um Gulag.