terça-feira, julho 10, 2007

EMPREGOS


Ora, numa altura em que o nosso PM tem uma vaia de 50.000 pessoas e a Portugália opta/optou por um despedimento colectivo (+200 gajos ao ar, num abrir e fechar de olhos), nada melhor do que falar de empregos... ou trabalhos, ainda que a diferença se reduza mais à questão da semântica do que outra coisa qualquer.

Bom, de facto, cheguei à conclusão que - por muito que goste de Portugal (e gosto, senão não me empenhava em tanta crítica) - nós somos um país muito pindérico. Aliás, somos um país de trolhas e empregadas domésticas (com todo o respeito que estas profissões merecem). A política está toda errada e é terrível chegar-se a esta conclusão.

Nunca fomos um país com um sector primário desenvolvido, nunca foi o nosso forte por muitas medidas que se tomassem ao longo da história. Mesmo assim, continuamos a apostar neste sector e agora, com esta tanga das novas oportunidades, queremos qualificar o Zé das Couves na arte de cavar a terra. Sim senhor, digo eu, tem tantos direitos como outra pessoa qualquer, mas não tem mais do que aqueles que se empenharam a estudar.

O nosso sector secundário, é conforme o vento. A maior ameaça? Chineses, Paquistaneses, Indianos e tudo o que produza com mão de obra escrava. Sinceramente, não são uma ameaça, são um facto e se pensam que é possível competir com eles nessa área, então esqueçam porque vão ser arrasados. A aposta terá de ser outra. Isto, até seria fácil de perceber se os "patrões" não fossem uns "básicozinhos" aburguesados, com um péssimo gosto para a moda e que não conseguem distinguir uma jarra de vidro de uma jarra de cristal, a menos que esta última ainda lá tenha pespegada a etiqueta. E isto, é mau? Honestamente, é. Pessoas que não vêem além do seu umbigo são efémeras e estão predestinadas ao fracasso. A ascensão e a queda são muito rápidas. Isto não quer dizer que falhar seja mau, porque não é. Isto quer dizer que este tipo de pessoas vai continuar a cometer o mesmo erro porque, de um modo geral, não conseguem aprender nada. E mais uma vez, o que fazem as políticas? Em vez de ajudar estas pessoas - mesmo que se saiba de antemão que algumas vão falhar - não, arrasa-se com elas porque não prestam.

O nosso sector terciário, que devia ser encorajado e mais desenvolvido, acontece mais ou menos a mesma coisa que acontece ao sector secundário com a diferença de que a ameaça não é chinesa, paquistanesa ou indiana mas, são as grandes superfícies comerciais.

Quando abrimos os jornais, à procura de emprego, a única coisa que encontramos é "vendedores", call centers, secretariado, gerentes de loja, informáticos, bla bla bla, bla bla bla. É, basicamente, cócó. Com ordenados de cócó. Uma pessoa com as minhas qualificações, a fazer o mesmo que eu mas, a trabalhar numa instituição da U.E em Bruxelas, ganha 4 vezes mais do que eu e paga 10% de impostos (e atenção, eu até nem sou mal pago tendo em conta o contexto nacional). Além disso, uma breve pesquisa por este site: http://www.eurobrussels.com/job_search.php e vemos que há uma variedade de oferta que ultrapassa, grandemente, a entediante conversa de "vendedores" e afins que povoam o universo laboral português, para a qual não há a menor paciência. Como eu costumo dizer: «You pay peanuts, you get monkeys».

Por este motivo, as minhas perspectivas acabaram de se expandir.

2 comentários:

Virus disse...

Isto sim...são empregos... e salários!

Anthrax disse...

Yup!

Vou bazar daqui para fora.