quinta-feira, novembro 08, 2007

BROKEN WINDOWS

Falaram disto numa série de tv que estava a ver ontem e sem saber muito bem porquê, fiquei com esta teoria enfiada na cabeça. De qualquer forma, não foi a primeira vez que ouvi falar dela, muito embora tenha sido a primeira vez que ouvi uma referência à dita em contexto de série de televisão.

Esta teoria designada por Broken Windows, da autoria de James Q. Wilson e George L. Kelling, publicada em 1982, diz-nos, de uma forma muito resumida, que qualquer inacção face aos pequenos crimes vai encorajar os prevaricadores a cometerem crimes maiores e exemplificam dizendo:

"Consider a building with a few broken windows. If the windows are not repaired, the tendency is for vandals to break a few more windows. Eventually, they may even break into the building, and if it's unoccupied, perhaps become squatters or light fires inside."

Como devem calcular, e como qualquer outra teoria, há estudos que a suportam e há estudos que a deitam abaixo. Uns que são a favor, outros que são contra. Mas é suposto ser assim sempre que os académicos inventam qualquer coisa. Se é uma teoria tem de ser testada para ver se se aguenta ou não (e não, não é como a invenção do Comunismo. Isso, foram apenas as consequências da actividade cerebral de Karl Marx num dia mau).

Pessoalmente, nutro uma séria simpatia por esta teoria embora também acredite que, por si só, não explica tudo. Não sei se entretanto já foi revista, acrescentada ou alterada mas sei que, passear num parque sujo, com a iluminação partida, com os bancos espatifados e as paredes cheias de grafitti, não produz uma agradável sensação de segurança seja a que hora do dia for, nem é um sítio engraçado para levar os "putos" a andar de bicicleta num fim-de-semana ensolarado. Por outro lado, também é verdade que um cenário destes constitui um convite à prática do ílicito que, inicialmente, pode ser uma coisa pequena mas que tende para a escalada se não existir uma intervenção.

A questão aqui é que qualquer cirurgia plástica só resulta se o paciente alterar o seu estilo de vida, caso contrário voltamos ao mesmo. Ou seja, não pode haver lugar a intervenções avulsas ou medidas desgarradas. Seja como for, continua a ser uma teoria muito interessante sobre a qual vale sempre a pena pensar.

7 comentários:

Bartolomeu disse...

Hum...
Estamos a considerar um edifício com algumas broken windows, ali para a zona do Intendente, ou para os lados de Telheiras?
Na Ìndia, ou na Dinamarca?

Anthrax disse...

Caro Bartolomeu,

Qualquer que seja zona e qualquer que seja o país.

Se o Intendente é uma zona mal frequentada e nós conseguimos identificá-la como tal, Telheiras não é muito melhor graças à forma como está organizada. o único problema relativamente a Telheiras é que nós não a identificamos como tal. Mas o problema está lá e com a probabilidade de ser mais violenta do que o Intendente.

Bartolomeu disse...

Pois sim Anthrax, pois sim, efectivamente não ha zonas-tipo, tão pouco garantias de a violência ocorrer exclusivamente em zonas determinadas. Mas... ha-de concordar que se uns window's se brokarem em zonas"VIP", rapidamente aparece o vidraceiro, mesmo sem ser chamado.

Anthrax disse...

Sim, sim. Mas a minha questão aqui não se prende com o tipo de zona. Prende-se com a intervenção directa sobre o tipo que anda a "brokar" as "windows" e impedir que ele "broke" outras coisas no futuro.

Bartolomeu disse...

I fully understand your point of view.
We hope that does not breach many windows.
;)))

Anthrax disse...

I'm very glad one of us does! 'Coz my point of view is yet a very shallow approach. :)

Still needs a lot of thinking.

Tutu disse...
Este comentário foi removido pelo autor.