Começo a achar que as criaturas que fazem parte das juntas médicas foram recrutadas na Casa Amarela ou no Hospital Júlio de Matos (ambas, instituições reputadas e democráticas que deixam sair os tolinhos ao fim-de-semana). Creio que esta é uma justificação muito mais conveniente do que chamar-lhes estúpidos ou, simplesmente, ignorantes. Suponho que é muito mais in aceitarmos que pessoas portadoras de deficiência (mesmo que seja mental) ocupem determinados cargos (até porque quem contrata tem benefícios fiscais), do que aceitarmos que esses mesmos cargos sejam ocupados por imbecis (até porque nesse caso teríamos de considerar que havia um imbecil ainda maior que os tinha contratado).
Ora, tendo presente este enquadramento torna-se, igualmente, mais fácil de aceitar que um bandinho de atrasados mentais considere que uma pessoa que sofra de uma doença degenerativa da coluna (ou lá o que é) está em condições de desempenhar as suas funções no seu local de trabalho (que note-se, como qualquer outro local de trabalho em Portugal, está perfeitamente equipado para acolher pessoas com limitações físicas).
Também é perfeitamente compreensível que tenha sido o Ministro das Finanças a dizer à Comunicação Social que o caso da senhora em apreço vai ser, obviamente, revisto. Deste modo, obviamente também, ficámos todos a saber que quem manda nas Juntas Médicas é o Sr. Ministro das Finanças e não o Ministro da Segurança Social, ou o Ministro da Saúde. Querem saber uma coisa? A mim parece-me muito bem, acredito que o Ministério das Finanças e as Juntas Médicas têm muito em comum, calhando até foram todos recrutados no mesmo sítio e daí a afinidade.
A parte chata da coisa é quando se acabam os comprimidos e eles começam a ter surtos de esquizofrenia com maior frequência, depois começam a falar com amigos invisiveis, a ver cenas que mais ninguém vê e a imaginar teorias da conspiração, é uma gaita.
2 comentários:
Alto lá aí? Falar com amigos invisiveis provoca esquizofrenia? :))
Quando comecei a trabalhar,(comecei ali naquele edifício que é hoje a actual ARS, na Av. EUA), faziam-se lá juntas médicas do regime geral, e nunca ouvi que fosse cometida semelhante barbaridade iguais às que ultimamente vêm sendo cometidas nas juntas dos FP. O próprio sistema continha a figura de recurso, em que o médico assistente participava.
Não conheço o regime actual, no entanto, o simples facto de a "coisa" poder depender duma ordem do ministro já revela uma certa promiscuidade.
Fiquei também estupefacto pelas palavras do ministro!
Ó meu caro amigo, falar com amigos invisiveis não provoca esquizofrenia.
Falar com amigos invisiveis é um sinal de esquizofrenia... ou de consumo de substâncias ilícitas que alteram o estado de consciência. :))
Agora, o seu ponto de vista também está muito bem assinalado visto que as "Juntas" devem ser isentas e não dependentes de uma ordem de um Ministro.
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