segunda-feira, janeiro 21, 2008

SOBRE AS AMEAÇAS TERRORISTAS


Por muito que insista em ignorar as notícias, a verdade é que me continuam a chegar uns zumbidos aos ouvidos. A última, deste fim-de-semana, foi a tal história das ameaças terroristas que pendem sobre este cantinho à beira mar plantado.

Bom, nunca substimando a criatividade destes moços para os grandes espectáculos de fogo e luz, temo que seja mais uma maneira de tentar chatear o pobre do Ministro Pinho (que lá tenta vender a imagem turística de Portugal aos EUA) e pelo caminho chateiam também os americanos dizendo-lhes que não podem vir passar férias para aqui. Bom, seja qual for a desculpa ou a intenção das criaturitas, a verdade é que dei comigo a pensar se elas não seriam, talvez, um pouco lerdas (porque doidas, já sabemos que são). Convenhamos, meus caros, terroristas por terroristas já temos os que estão no governo. Não precisamos de amadores.

Tecnicamente falando (ou tanto quanto possível), se - do ponto de vista de um terrorista - fizermos uma análise SWOT ao nosso país, verificamos que as condições são óptimas para efeitos de treino de práticas de atentados (mas não poderiam ser atentados suícidas, pois perder-se-ia o objecto do treino e era uma chatice). Para se fazer um atentado a sério penso que seria mais complicado, não tanto por uma questão de segurança mas, porque Portugal não é assim tão importante. Notem; a única vez que aparecemos em força na comunicação social internacional foi quando estivémos a arder e o ano que passou, recordo-vos, cedemos a nossa posição à Grécia. Tudo bem que o caso da pequena Maddie também foi muito mediático mas, quer dizer, não tivémos nada a ver com isso (excepto a parte da investigação policial um tanto ou quanto bizarra, mas quem sou eu para pôr em causa os procedimentos da "bófia").

Com um carácter um pouco mais sério, tentámos recuperar alguma importância com esta história da Presidência da União Europeia, que até foi porreira pá, e até chamámos Tratado de Lisboa a um documento que revoga e que faz a revisão de texto de artigos de um outro documento anterior mas, há que ter em consideração que isto não é nada que não pudesse ter sido feito nos gabinetes em Bruxelas. Aliás, quaquer idiota com dois palmos de testa sabe que nós aqui só emprestámos as canetas e oferecemos o almoço (que nos saiu caro e ainda por cima tivémos que levar com os camelos estacionados no Forte de S. Julião).

Quem nos conhece sabe, perfeitamente, que na generalidade somos uns tretas. Somos assim há muitos séculos e é uma espécie de designio nacional. Andamos sempre nas lonas mas, sempre que podemos, vamos a correr para o stand da BMW (foi a marca que me ocorreu, não é nenhum desprimor para as restantes marcas do mercado), compramos - a crédito - um topo de gama e andamos com ele até ser penhorado pelo banco ou, em alternativa, pela Administração Fiscal (nota: depois o ciclo recomeça). Somos uma espécie de pavões com penas made in china, compradas nas lojas dos trezentos (não há dinheiro para mais). Por isso, como podem ver, nem tudo o que luz é ouro sendo que na maior parte dos casos é - concerteza - contrafacção.
Bem sei que, assim de repente, Portugal até pode parecer um país apetecível e uma porta de entrada para a Europa mas, meus queridos amigos, haja tino. Nem os imigrantes ilegais que, por azar, aqui vêm parar querem cá ficar, não acham que isto é estranho?

Como é óbvio não pretendo demover ninguém da prática de comportamentos desviantes ou mesmo terroristas (afinal, há gestores que fazem isso todos os dias nos organismos do estado), mas penso que nós já temos a nossa parte e há outros países que mereciam a devida atenção por parte destes prevaricadores internacionais. Pensem lá um bocadinho... tirando o Ministério das Finanças, o Ministério da Saúde e a ASAE, o que é que nós temos aqui para explodir?

O aeroporto? É um bocado estúpido, vamos mudá-lo para Alcochete.

O Alfa-pendular? É também um bocado parvinho, vamos ter um TGV (era só uma desculpa para gastarmos dinheiro mais cedo).

A ponte 25 do A? Por mim nada a opôr, até porque não gosto do nome mas, devo dizer que temos outra e vem mais uma a caminho.

A Torre de Belém? Não é tão espectacular como a Torre Eiffel, aliás é bem mirradinha quando comparada com a outra.

O Aqueduto das águas livres? Oh! No outro dia queriam deitar parte dele abaixo para passar um bocado da auto-estrada, isso só servia para ajudar os empreiteiros.

Note-se que estou a excluir as estações de metro e as estações de combóio de propósito. Por muito popular que essa ideia possa ser, é também um bocado parvinha porque são sitios que não são nada emblemáticos. Já os estádios de futebol...

Concluindo, é claro que estas ameaças devem ser levadas a sério. É uma obrigação levá-las a sério, contudo não deixa de ser imbecil achar que Portugal é um bom país para a pratica do terrorismo.

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