Pois é...
Só vi esta entrevista porque me telefonaram, de propósito, para ligar a televisão e ver a entrevista. Estava eu, com o meu gnomo na Hellfire Peninsula - ali a ser massacrado por uns infernais quaisquer - só na funçanguice de chegar a nível 60 (que por sinal já cheguei e estou muito contente), quando eis que me toca o telefone.
Felizmente não estava no PVP de Altarec Valley... fui ver a entrevista.
Aparentemente o General está preocupado com os riscos de explosão social. Preocupações essas que manifestou num artigo do Jornal Expresso, do dia 2 de Fevereiro. Bom, pensei de mim para comigo, ainda bem que há alguém que está preocupado. Pessoalmente, eu já não estou.
Desde o início do ano que interiorizei que não há nada que não se resolva com um bom par de estalos ou com um pontapé na boca. Deixei de sentir necessidade de respeitar as instituições ou a autoridade porque elas também não me respeitam, logo não posso depender delas para me sentir mais seguro. Aliás, bem vistas as coisas - e de acordo com a ideia veículada hoje de manhã, de que uma vítima de violência doméstica só é vítima depois da sentença judicial - podemos encher de porrada um tipo qualquer que nos esteja a irritar, porque a criatura só é vítima depois do tribunal dar a sentença e todos nós sabemos como são céleres os nossos tribunais.
Há a acrescentar que os nossos tribunais não são somente céleres. Após um longo tempo de espera, também costumam emitir decisões - um tanto ou quanto - estapafúrdias. Portanto, não convém contar muito com eles para dirimir conflitos (embora se deva ter um bom advogado sempre à mão, só pelo sim pelo não).
Relativamente ao Ministério Público, esqueçam lá isso... não desfazendo naquela gente trabalhadeira, devem lá ter ido parar porque não encontraram emprego em mais lado nenhum e assim como assim, dali sempre podem dar o salto para uma vida política activa... ou então vão para juristas do Banco de Portugal, estes sempre pagam melhor e ao fim de 5 anos, de trabalho intenso a roçar o traseiro pelas paredes, têm direito à reforma. Logo, é melhor não contar muito com eles porque estas criaturas não desenvolvem grande coisa (e quando tentam, normalmente, dá asneira como por exemplo o caso da "Operação tornadito", que era suposto ter sido um furacão mas diminuiu de intensidade).
Polícia Judiciária, ui...
SEF, ui...
Metem-lhes umas pistolecas nas mãos e lá vão as Marias todas malucas! Não, não vou falar sobre eles porque, até são esforçados e eu não quero dizer mal... depois não me contavam mais nada e eu ficava a roer-me de curiosidade. Não pode ser.
Bófia em geral... ah, ah, ah, ah, ah, ah! Ok, também são esforçados mas ficamos por aí.
ASAE... faltam-me as palavras para os definir... estafermos é uma denominação que me ocorre, mas sabe a tão pouco...
De resto, diz o governo que a inflacção é de 2 qualquer-coisa e por isso os aumentos no ordenado foram de 2,1% mas os preços sobem bem acima dos 2%.
A classe política e os políticos em geral são uma palhaçada, então os mais novitos deviam ser todos fuzilados, são bad seeds, dali não vai sair nada jeito. São tipo ervas daninhas, deviam ser arrancadas enquanto é tempo. O melhor exemplo disto foi, como direi isto, por exemplo o lançamento do Livro do Quarta República. Quem lá estava possivelmente viu pessoas, eu vi abutres à volta da carniça. Eram mais os abutres que as pessoas. Foi verdadeiramente aterrador. Na parte que me toca apenas gosto muito dos autores. Só isso. Quanto aos abutres, por mim, tinha-os afastado a todos a tiro de caçadeira (e com munições explosivas para o espectáculo ser maior) mas, não seria politicamente correcto e há que admitir que de vez em quanto dá jeito ter um abutrezinho ou outro à mão (é como os advogados).
Portanto, e voltando à vaca-fria, o que é que há de errado, neste cenário, que possa criar um eventual descontentamento nas hostes? Não percebo.
2 comentários:
As declarações do general Garcia Leandro à SIC, ainda que de algum modo inesperadas, foram seguramente frontais e lúcidas. Ninguém estaria à espera que um general das nossas forças armadas, que à semelhança de seus camaradas de armas têm mantido nesta terceira república uma “prudente” reserva, publicamente e para surpresa de todos, viesse afrontar de uma forma tão contundente e precisa, o sistema político vigente, passados que são trinta e quatro anos do 25 de Abril.
Garcia Leandro não é um qualquer general, é uma figura relevante e altamente conceituada nos meios militares, pelo que a convicção, o rigor, a clareza, o desassombro que manifestou nas suas afirmações às perguntas da jornalista, deixa antever que a análise política que descreveu da evolução política do País das últimas décadas, não será fruto de um impulso repentino, nem exclusivamente sua mas comum aos mais altos corpos das forças armadas.
Vivemos numa democracia de má qualidade, empobrecida, com a corrupção institucionalizada, com uma classe política gozando de privilégios obscenos, que eles próprios souberam criar e que ampliam ano após ano, à custa de mais impostos e cortes sociais, para seu exclusivo proveito. E, desta classe política que assim procede, não podem os portugueses esperar uma alteração radical dos seus comportamentos, das suas políticas, como bem frisou Garcia Leandro. O sistema político está podre, caduco e esgotado e a manter-se a sua continuação só poderá agravar continuadamente o desenvolvimento económico e as condições de vida dos cidadãos.
Bem hajam portanto as palavras de Garcia Leandro, que nos permitem pensar que porventura, a mudança não estará tão longe como se afigura ao comum dos portugueses.
Meu caro Ruy,
Pois um grande bem haja para si também.
Não tenho nada a acrescentar ao que o Ruy já disse, muito embora tenha as minhas dúvidas quanto à questão da mudança.
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