Não querendo chocar os leitores mais assíduos devo dizer-vos que por vezes é, bestialmente, interessante ter conhecimento - em primeira mão - sobre o que outros povos pensam de nós e contrariamente à percepção que o vulgar turista possa ter, aquilo que pensam de nós é francamente negativo.
A caracterização mais soft é aquela em que nos caracterizam como pessoas que nunca cresceram e que não têm qualquer respeito ou preocupação por aquilo que não tenha a ver com o próprio. Nada mais importa a não ser o seu próprio umbigo, sendo que esse é um comportamento generalizado que se manifesta em, praticamente, tudo do dia-a-dia e que vai desde a atitude desleixada e irresponsável da classe política até à condução irresponsável e criminosa dos condutores portugueses que, diariamente, colocam em perigo a segurança rodoviária, passando pela forma descuidada como tratam a coisa pública.
Somos então:
- crianças grandes,
- invejosas,
- mal educadas,
- desorganizadas,
- atribuímos sempre as culpas aos outros meninos,
- estamos sempre à espera (e quase que exigimos) que alguém tome conta de nós,
- estamos sempre a queixarmo-nos,
- e funcionamos à base do sentimento da pena (um bocado como aqueles putos ranhosos que andam a pedir na rua).
Para quem está de fora, isso é algo tão notório que só não vê quem não quer.
A mim, perguntaram-me o que é que estava aqui a fazer uma vez consideraram que não me enquadrava, exactamente, neste tipo perfil e porque seria muito mais bem sucedida noutro sítio. Honestamente, esta é uma pergunta que me colocam frequentemente, mas eu nunca sei o que responder. Tenho perfeita consciência de que seria muito mais bem sucedida noutro sitio, mas este é o meu país e acredito que todas as crianças podem ser educadas, podem crescer e podem transformar-se em adultos responsáveis. Sei também que não sou a única a pensar assim e talvez seja por isso que ainda estou aqui. Por vezes caímos, perdemos a motivação e é dificil encontrar aquela força que nos faz levantar. Mas encontramos e então erguemo-nos outra vez e continuamos a lutar por aquilo em que acreditamos. Marcamos a diferença e destacamo-nos da multidão da E.B 2/3 mesmo que seja em pequenas coisas.
Acho que isso por si só é um bom indicador de que é possível mudar... ou pelo menos eu acredito que sim.
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