Cansado de ver e ouvir o nosso hino ser maltratado, achei por bem (até porque ganhámos ontem e eu estou bem disposto), deixar-vos hoje a versão integral do hino nacional bem como o nome dos seus autores.
Poesia: Henriques Lopes de Mendonça
Música: Alfredo Keil
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Saudai o sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O Oceano, a rugir d'amor,
E o teu braço vencedor
Deu mundos novos ao Mundo!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
7 comentários:
Caro Anthrax
É tão bonito lembrar o hino, nesta época de Portugal embandeirado!
Claro que se poucos o sabem, na versão curta, temos de convir que a versão integral é tão «pesada», que seria impensável cantá-la nas solenidades e afins.
Vale a intenção e o esforço do poeta, ficando o «corpo» da poesia como auxiliar de meditação, para os momentos mais difíceis da vida nacional.
Neste país de fado e futebol, podemos imaginar o rescaldo destas eleições europeias e o grande «desígnio nacional» trauteado ao som deste naco de pátrio verso.
Durão Barroso, não há dúvida que sorrirá com a ideia de que « o sol desponta sobre um ridente porvir; seja o eco de uma afronta, o sinal de ressurgir»; por seu lado, Ferro Rodrigues, sentir-se-á embalado na convicção de que os «raios dessa aurora forte são como beijos de mãe,que nos guardam, nos sustêm,contra as injúrias da sorte.» Já Scolari (?, que o homem não é português, só o dinheiro que lhe pagam é que é!)e sus muchachos, depois da Rússia podem marchar para Alvalade ao som de «desfralda a invicta Bandeira,à luz viva do teu céu!brade a Europa à terra inteira:Portugal não pereceu».
Apesar de que dos pequenos (parece-me que não é bem assim o populismo!) não reza a história, podemos pensar que o Miguel Portas estará, ainda, de ressaca interrogando-se, alternadamente, se eram os avós que eram egrégios, ou quem foram então os outros que o conduziram à vitória; o mano, Paulo, sem dúvidas sobre a parentela, esforçar-se-á por não deixar de manter bem viva a lembrança que o seu braço vencedor deu mundos novos ao Mundo! e, enquanto a nossa inefável representante comunista no parlamento europeu prepara as malas suspirando por entre as brumas da memória,Louçã, com o entusiasmo que o caracteriza, em nome da imediata retirada do Iraque, qual corsário em collants de renda preta, sobe ao mastro da televisão mais disponível e brada: às armas, às armas!sobre a terra, sobre o mar, às armas, às armas!
O Zé e a Maria, depois da romaria eleitoral de Domingo, cansados de uma noite de estroinice e copos à conta do Rui Costa e do Maniche, lá vão de braço dado fazendo contas à vidinha e remoendo com os seus botões: já fomos heróis do mar, dizem que somos um nobre povo,que a nação é valente e imortal, que temos de levantar hoje de novo o esplendor de Portugal ... hum, se já há retoma , se tanta falta nos faz um aumentozito, pela Pátria lutar, pelo povo marchar, marchar!
Está lindo!!! :)
Ainda a propósito de futebol e fado, e apesar de que não queria irromper pelo âmbito da política (até porque é um tema que, actualmente, me deixa verdadeiramente irado), também não posso deixar de apontar que se não nos faltasse uma pequena variável na equação, esta era uma boa oportunidade para se instalar um regime um pouco mais autoritário. Só precisávamos de um líder carismático capaz de vender um bom pacote eleitoral, porque motivos para antecipar eleições não faltam e mesmo que faltassem nós (Portugueses), somos um povo muito criativo.
Esta história da democracia já começa a tornar-se numa actividade cansativa, em que aqueles que perdem são sempre os mesmos e em que o exemplo vem do próprio Estado. Este rotativismo encapuçado à século XIX, impregnado na estrutura política portuguesa, é irritante. Os líderes dos partidos e seus acólitos, são irritantezinhos (uns mais que outros), parecem umas Barbies histéricas que ganharam um descapotável cor-de-rosa num pacote de farinha (note-se que estou a generalizar). São merceeiros de bairro, bem vestidos, que gerem a sua tasquita a lápis de carvão e a bloco de notas de papel pardo e acham que fazem uma grande coisa, quando na realidade não fazem mais do que a obrigação deles.
Agora por muito boa que determinada táctica seja e que produza resultados satisfatórios a curto-prazo, note-se também, que a França perdeu a guerra da Indochina a golpes de táctica excelentes e isto porque lhes faltava o essêncial. A estratégia.
Amigo Anthrax, está muito «futeboleiro»; ele são tácticas para lá, estratégias para cá, merceeiros e papel pardo para acolá...
Contudo, e nem parece seu, esqueceu uma coisa importante: o lápis de carvão atrás da orelha! Faz toda a diferença.
:)))
Falta grave, no comentário anterior - a pergunta que me deixou a suster a respiração: as Barbies ficaram histéricas com a farinha, ou porque não conseguiram abrir o pacote?
LOOLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL!
Não consigo parar de rir! O Louçã de collant de renda preta, o Crack é demaiiiiiiiiiiiiiis!!!!!
E se juntarmos à renda preta o descapotável cor-de-rosa da Barbie (não esquecendo o fundamentalíssimo pacote da Farinha Amparo) temos um verdadeiro quadro 'Pop Art' em versão 'Canal Parlamento' com o Louça, qual Miss Dona de Casa Perfeita, a posar na sua cozinha!
É impressão minha ou isto vai lembrar, levemente, aquelas propagandas americanas dos anos 50????
Hot, Hot...
já que estamos Hot, a nossa Barbie Louçã usará apenas o avental!
:O!!!!
Óóó DEUSES!!! Eu nem acredito que me esqueci do 'lápis de carvão atrás da orelha'! Que me perdoem, porque esta é uma daquelas falhas que não têm desculpa!
Como é que as Barbies ganharam o descapotável cor-de-rosa, não sei... mas ali há gato.
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