segunda-feira, abril 04, 2005

PROFESSORES - PARTE DA SOLUÇÃO OU PARTE DO PROBLEMA

Pois então, está na hora de virar o bico ao prego.

Já todos sabemos que o nosso sistema de ensino está muito longe de ser semelhante ao sistema de ensino Finlandês.

Já todos sabemos, que os nossos pequenos hooligans são tão burros como um cabaz de chifres e diga-se, com toda a honestidade que, a coisa tende sempre para piorar (isto na óptica dos seguidores das leis de Murphy).

Mas e então os professores?

Bom os professores são um "must". São como as empregadas domésticas, todas as famílias deviam ter uma. São os supra-sumos da inteligência e os ases da pedagogia. A única coisa que é preciso, é que não lhes peçam para articular pensamentos muito complexos, porque aquelas cabecitas fundem-se com muita facilidade. Às tantas, pode dar-se o caso de estarmos para ali a falar com eles, até vemos que a luzinha está acesa mas a verdade é que não está ninguém em casa.

Adiante, os professores são dotados de uma perícia inegualável para a gestão de projectos. Percebe-se sempre lindamente quais os objectivos que têm em vista. Neste campo, penso que a pedagogia desempenha um papel muito importante uma vez que, como estão muito habituados a ensinar, a transmitir ideias e mensagens muito claras aos seus púpilos, quando chega à parte de explicarem os objectivos do seu projecto e de fazerem contas eles são muito bons... É claro que a isto, a única coisa que há a subtraír é aquela parte em que a grande maioria não vê um boi de projectos e muito menos de contas.

Ler instruções básicas e simples também não é com eles, mas aqui eu até os compreendo porque estamos a falar de seres que estão muito à frente.

Outra qualidade que esta classe tem, é que são todos muito fofos e amigos do próximo. São gente preocupada portanto. Então as mulheres são umas jóias, não são nada galinhas e nunca se dedicam à intriga palaciana. No entanto, há que acautelar e evitar eventuais mordidelas para não comprometer o stock de antídotos para mordeduras de cobras venenosas, normalmente, disponível no Instituto de Doenças Tropicais (ou lá como é que aquilo se chama), ali ao lado do Hospital Egas Moniz. Para além disso, o atrasado mental que diz que 90% dos répteis mais venenosos do mundo se encontram no continente Australiano, é porque claramente desconhece a fauna portuguesa.

Paralelamente a isto, as competências tecnológicas do grande grosso da classe são algo, completamente, estonteante. Muitos já sabem enviar um e-mail e fazer uma apresentação em PowerPoint. Aliás as apresentações em PowerPoint, são último grito da moda... ou pelo menos eram, em 1995. Bom, mas continuando, também já dão uns toques no Word e no Excel, sendo que os mais arrojados já conseguem fazer uma "Homepage" utilizando o Frontpage. São uns audazes! Gandas Malucos! Quem me dera a mim, perceber metade do que eles percebem sobre novas tecnologias, até porque tirando aquelas aplicações básicas do Windows, pouco mais há para dominar no mundo das TIC. Ainda neste campo há que, chamar a atenção para aqueles chicos espertos que se armam em carapaus de corrida só porque já sabem pesquisar umas coisitas no portal do sapo, esses tipos são intragáveis e julgam que, são sempre melhores que os outros. Mas enfim, ninguém é perfeito (ainda bem que eu sou ninguém).

Bom, como vêem os professores têm imensas qualidades quer a nível técnico, quer a nível pessoal e humano. Trabalhar com eles é uma experiência única e inesquecível... Penso que, deve estar assim ao mesmo nível do ser-se raptado pelas Guerrilhas Iraquianas. As emoções, são as mesmas. Aquele "rush" de adrenalina, é o mesmo. Até a ameaça de degolação é a mesma! Assim a única diferença visivel é que no Iraque sempre se vai fazendo um pouco de Turismo, vai-se conhecendo novas culturas e quiçá vão-se fazendo novos amigos. Aqui em Portugal, é um bocado sempre a mesma coisa... é como estar a dar pérolas sempre aos mesmos porcos. Não tem lá grande graça, principalmente quando se chega à conclusão que é aquela gente que, está a dar aulas aos vossos filhos.

Eu se fosse encarregado de educação ficava preocupado. É que a qualidade destes, ditos seres, iluminados é francamente má e os poucos que existem que não o são, pouco mais podem fazer do que estar calados porque a medíocridade instalada é extremamente perigosa para aqueles que de medíocre têm muito pouco.

7 comentários:

Miguel Pinto disse...

Eh, eh. Grande martelada. Ainda lhe dói, Anthrax? Será um trauma de infância ou foi uma adolescência mal vivida? Se temos o martelo como ferramenta exclusiva todos os problemas nos parecem pregos!! ;o)

crack disse...

«Pois então, está na hora de virar o bico ao prego.»
Meu caro Anthrax, a provocação é soberba.
Deixe-me ter um tempinho para serrar o bico a este prego, num blog perto de si, brevemente.
:)

Anthrax disse...

Ah ah ah ah :))

Dear Miguel... é a chamada experiência em trabalhar com "eles", se eu começasse a abrir a boca para contar o que me aparece pela frente, a imagem da vossa classe ía ficar muito pior.

A única coisa que me anima é ver que, mesmo no meio de tanta porcaria, há Professores que são simplesmente excepcionais e quando não fazem mais, é porque não podem mesmo.

Miguel Pinto disse...

"a chamada experiência em trabalhar com "eles" [independemente da área em que se encontra] permite-me concluir qualquer coisa. Como tudo o que disser encontrará sustentabilidade num ou outro caso particular, posso concluir que a sua´área profissional está infestada de incompetentes.
A sua provocação é deliciosa! ;)

Anthrax disse...

:)
Digamos que sou mais tecnocrata, por isso a divergência de opiniões é abissal e quando há choques, há também mortos e feridos por todo o lado. Mas estamos todos no mesmo sector.

Anónimo disse...

Ena pá... tanto prego que por aqui anda! E, ainda por cima, sem identificação! Por isso o comentário também vai anónimo.

Anthrax disse...

Caro anónimo,

Sou um democrata generoso, não me incomoda o anonimato dos comentários.

O que me poderia eventualmente incomodar, seria a utilização de palavreado menos apropriado. Mas aí, pois que passaria vigorar a censura.