Hoje vamos falar de horta e de agricultores.
Como sabem, Portugal tem uma grande tradição no âmbito da agricultura e é nesta óptica que vos vou falar de um novo género de agricultura, muito querida no mercado português.
Os portugueses adoram cultivar suor. Não querendo me imiscuir na esfera teórica do meu amigo e colaborador Vírus – que vos poderá dar uma perspectiva muito mais detalhada sobre este tema – a verdade é que aquilo que os portugueses produzem melhor e em maior quantidade é suor.
Sei que não vos estou a dar grandes novidades, aliás os utilizadores assíduos dos transportes públicos sabem que não estou a dizer mentira nenhuma, só que é raro falarem sobre o assunto. Não sei porquê! Afinal produzir suor é tão bom como produzir outra coisa qualquer para além de que, é óptimo para queimar calorias e combater o excesso de peso. Outros ganhos adicionais são consubstanciados nas promoções. Ou seja, quanto mais suor se produzir maior é a probabilidade de se ser promovido.
Ora bem, serve o presente texto para elucidar os leitores sobre as falsas aparências deste género de cultura e porquê? Porque diz o ditado que, nem tudo o que luz é ouro.
A pergunta é: Quantos de nós temos colegas de trabalho que chegam às 10:30 da manhã ao escritório e saem muito depois da hora de expediente, porque têm imenso trabalho? Eu diria mesmo que eles não têm, somente, imenso trabalho. Eles estão, verdadeiramente, afogados no dito.
Resmas, paletas, Himalaias de nós observamos isso todos os dias e por vezes, chegamos mesmo a ter pena do pobre colega que tanto se esforça, para produzir fora de horas aquilo que a maior parte de nós – que chega ou às 08:30 ou às 09:00 h - produz dentro do horário de trabalho, mas que nunca ninguém das chefias reconhece.
Aqui há uns meses atrás, tive oportunidade de conversar com uma senhora Finlandesa sobre alguns destes pontos e cheguei à conclusão que tudo isto, se trata de uma questão cultural. É tudo uma questão de atitude.
A cultura do suor, não é uma coisa muito bem vista na Finlândia. Não por causa dos eventuais odores desagradáveis que possam surgir, mas porque se uma pessoa não consegue desempenhar um trabalho dentro do tempo delimitado, então é incompetente e não serve para desempenhar as funções que lhe foram atribuídas. Em termos culturais eles vão ainda mais longe e no meio da conversa, acabei por descobrir algo, que nunca esperei ouvir da boca de um nórdico, sobre o papel das mulheres na sociedade.
Eles acreditam e defendem a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, contudo às mulheres acresce o desempenho quotidiano das tarefas domésticas, sem qualquer auxílio de uma empregada. Fiquei siderado a olhar para a senhora, acreditem que fiquei. Mas a verdade, por muito chocante que possa parecer, é que percebi a coerência das suas palavras com o princípio inicialmente transmitido. É o levar ao extremo a ideia de que, se não se consegue fazer o que tem para se fazer, dentro de um determinado período de tempo... then you are no good. Mas o pior, é que you are no good quer a nível profissional, quer a nível pessoal e familiar. Porquê? Porque tudo isto se integra numa relação de causa-efeito. Se não consegues desempenhar uma função dentro do tempo que te foi atribuído, ficas mais horas no local de trabalho, se ficas mais horas no local de trabalho, descuidas as tarefas em casa, se descuidas as tarefas em casa, não dedicas tempo á tua família, se não dedicas tempo à tua família, então és desleixado e se és desleixado, não serves para estar a trabalhar porque se és desleixado com tudo o resto não podes ser competente e muito menos fiável para assumir tarefas de responsabilidade.
A esta altura já devem estar a pensar: Então e aqueles que não têm família? Esses têm tempo de sobra para dedicar ao trabalho. Aí eu digo-vos; pior é a emenda que o soneto, porque aquele que não tem tempo para dedicar à sua vida pessoal é desequilibrado e se é desequilibrado, jamais pode ser um bom elemento para se ter no local de trabalho, porque vai desequilibrar todos os outros que se encontram ao seu redor.
Juro-vos, fiquei muito envergonhado quando tive de lhe dizer que as coisas aqui eram ligeiramente diferentes e não me estava a referir, apenas, ao clima. Aqui, espera-se que as pessoas vivam e respirem trabalho 24 horas por dia. Mais, as pessoas são premiadas em função disso. Mau mesmo foi a resposta dela, um: “Pois... então vocês não sabem trabalhar.”.
Não, não lhe bati. Mas o raio da mulher era intragável! Apeteceu-me mesmo mandar-lhe um “escolacho” no meio da testa p’ra ver se a gaja se atinava! Sabem porque é que não bati?... Porque ela tinha razão.
Conclusão: Agora tenho sempre tudo planeado previamente. Conheço as prioridades, sei quanto tempo levo a concluir uma determinada tarefa e sei quando preciso de a iniciar se a quero ter concluída dentro do prazo estabelecido. Se houver mais coisas para fazer, não é uma questão de trabalhar mais horas, é sim uma questão de colocar mais pessoas a trabalhar e isso é da responsabilidade de quem gere e que na grande maioria das vezes, não tem as competências necessárias para o fazer. Assim, eu não faço horas extra no meu local de trabalho e o meu lema é: “O Serviço de Urgências está disponível, 24 horas por dia, no Hospital da sua área de residência.”
Como sabem, Portugal tem uma grande tradição no âmbito da agricultura e é nesta óptica que vos vou falar de um novo género de agricultura, muito querida no mercado português.
Os portugueses adoram cultivar suor. Não querendo me imiscuir na esfera teórica do meu amigo e colaborador Vírus – que vos poderá dar uma perspectiva muito mais detalhada sobre este tema – a verdade é que aquilo que os portugueses produzem melhor e em maior quantidade é suor.
Sei que não vos estou a dar grandes novidades, aliás os utilizadores assíduos dos transportes públicos sabem que não estou a dizer mentira nenhuma, só que é raro falarem sobre o assunto. Não sei porquê! Afinal produzir suor é tão bom como produzir outra coisa qualquer para além de que, é óptimo para queimar calorias e combater o excesso de peso. Outros ganhos adicionais são consubstanciados nas promoções. Ou seja, quanto mais suor se produzir maior é a probabilidade de se ser promovido.
Ora bem, serve o presente texto para elucidar os leitores sobre as falsas aparências deste género de cultura e porquê? Porque diz o ditado que, nem tudo o que luz é ouro.
A pergunta é: Quantos de nós temos colegas de trabalho que chegam às 10:30 da manhã ao escritório e saem muito depois da hora de expediente, porque têm imenso trabalho? Eu diria mesmo que eles não têm, somente, imenso trabalho. Eles estão, verdadeiramente, afogados no dito.
Resmas, paletas, Himalaias de nós observamos isso todos os dias e por vezes, chegamos mesmo a ter pena do pobre colega que tanto se esforça, para produzir fora de horas aquilo que a maior parte de nós – que chega ou às 08:30 ou às 09:00 h - produz dentro do horário de trabalho, mas que nunca ninguém das chefias reconhece.
Aqui há uns meses atrás, tive oportunidade de conversar com uma senhora Finlandesa sobre alguns destes pontos e cheguei à conclusão que tudo isto, se trata de uma questão cultural. É tudo uma questão de atitude.
A cultura do suor, não é uma coisa muito bem vista na Finlândia. Não por causa dos eventuais odores desagradáveis que possam surgir, mas porque se uma pessoa não consegue desempenhar um trabalho dentro do tempo delimitado, então é incompetente e não serve para desempenhar as funções que lhe foram atribuídas. Em termos culturais eles vão ainda mais longe e no meio da conversa, acabei por descobrir algo, que nunca esperei ouvir da boca de um nórdico, sobre o papel das mulheres na sociedade.
Eles acreditam e defendem a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, contudo às mulheres acresce o desempenho quotidiano das tarefas domésticas, sem qualquer auxílio de uma empregada. Fiquei siderado a olhar para a senhora, acreditem que fiquei. Mas a verdade, por muito chocante que possa parecer, é que percebi a coerência das suas palavras com o princípio inicialmente transmitido. É o levar ao extremo a ideia de que, se não se consegue fazer o que tem para se fazer, dentro de um determinado período de tempo... then you are no good. Mas o pior, é que you are no good quer a nível profissional, quer a nível pessoal e familiar. Porquê? Porque tudo isto se integra numa relação de causa-efeito. Se não consegues desempenhar uma função dentro do tempo que te foi atribuído, ficas mais horas no local de trabalho, se ficas mais horas no local de trabalho, descuidas as tarefas em casa, se descuidas as tarefas em casa, não dedicas tempo á tua família, se não dedicas tempo à tua família, então és desleixado e se és desleixado, não serves para estar a trabalhar porque se és desleixado com tudo o resto não podes ser competente e muito menos fiável para assumir tarefas de responsabilidade.
A esta altura já devem estar a pensar: Então e aqueles que não têm família? Esses têm tempo de sobra para dedicar ao trabalho. Aí eu digo-vos; pior é a emenda que o soneto, porque aquele que não tem tempo para dedicar à sua vida pessoal é desequilibrado e se é desequilibrado, jamais pode ser um bom elemento para se ter no local de trabalho, porque vai desequilibrar todos os outros que se encontram ao seu redor.
Juro-vos, fiquei muito envergonhado quando tive de lhe dizer que as coisas aqui eram ligeiramente diferentes e não me estava a referir, apenas, ao clima. Aqui, espera-se que as pessoas vivam e respirem trabalho 24 horas por dia. Mais, as pessoas são premiadas em função disso. Mau mesmo foi a resposta dela, um: “Pois... então vocês não sabem trabalhar.”.
Não, não lhe bati. Mas o raio da mulher era intragável! Apeteceu-me mesmo mandar-lhe um “escolacho” no meio da testa p’ra ver se a gaja se atinava! Sabem porque é que não bati?... Porque ela tinha razão.
Conclusão: Agora tenho sempre tudo planeado previamente. Conheço as prioridades, sei quanto tempo levo a concluir uma determinada tarefa e sei quando preciso de a iniciar se a quero ter concluída dentro do prazo estabelecido. Se houver mais coisas para fazer, não é uma questão de trabalhar mais horas, é sim uma questão de colocar mais pessoas a trabalhar e isso é da responsabilidade de quem gere e que na grande maioria das vezes, não tem as competências necessárias para o fazer. Assim, eu não faço horas extra no meu local de trabalho e o meu lema é: “O Serviço de Urgências está disponível, 24 horas por dia, no Hospital da sua área de residência.”
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