quarta-feira, julho 06, 2005

O G8 E OS HABITUAIS PROTESTOS

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Pois é, ora cá estão eles outra vez. Não mudaram nada desde a última vez que os vi. Estão um pouco mais velhos, talvez... Mas estão sempre sorridentes e isso é que é importante, até porque rir é sempre o melhor remédio.

É verdade, agora foram passear até à Escócia. Pessoalmente, teria escolhido um local mais temperado, mas ninguém me perguntou a opinião e por isso também não disse nada. Parecendo que não, a presença destes senhores em qualquer parte, que seja, do mundo provoca um incremento no Turismo. É claro que é um tipo de Turismo um bocado ranhoso, de pé rapado, que por norma traz mais problemas do que vantagens, mas o que fazer? Pergunto. Atrás deles vêm sempre os apêndices! Vêm sempre os "anti-globalização".

Não pensem que ser "anti-globalização" é mau. Muito pelo contrário, é muito positivo. Porquê? Bom, logo para começar pode-se começar usar rastas, o que - mesmo parecendo que não - poupa-se imenso dinheiro em tudo o que tenha a ver com champôs, barbeiros/cabeleireiros, pentes, escovas etc. Depois, pode-se deixar de tomar banho (matando dois coelhos de uma cajadada só. Por um lado poupa-se água e por outro não se faz poluição com o uso dos sabonetes), e pode-se também usar imensos piercings cuja única desvantagem pode ser o passar pelo detector de metais no aeroporto, o que por si torna o embarque um pouco mais moroso (felizmente não terão tido que passar pela nova modalidade de check in proporcionada pelos serviços da TAP. É a modalidade da fila única para destinos dentro da Europa. Para os mais distraídos, deixo um conselho: vão para o aeroporto com, pelo menos 5 horas de antecedência e quando estiverem na fila, a marcar lugar, imaginem que estão a querer marcar uma consulta médica num qualquer centro de saúde perdido algures por aí).

Mas continuando, de seguida, também se passa a poupar rios de dinheiro em roupa, visto que qualquer trapinho serve (literalmente), desde que seja preto. Pode-se também andar pintado sem que seja carnaval e pode-se provocar e bater na polícia, pois sempre que eles responderem com o uso da força pode-se, sempre, alegar abuso de autoridade e reclamar que aquela não é maneira de tratar as pessoas num Estado Democrático.

Meus senhores, ser "anti-globalização" é o que está a dar, digo-vos. Viaja-se à brava e, senão à borla, pelo menos a preço reduzido (através de associações que na maior parte das vezes recebem fundos dos próprios Estados e com um bocadinho de sorte, também conseguem fugir às sandochas congeladas que a TAP oferece aos desgraçados que viajam em turística. Se não se conseguir escapar, bom nesse caso mais vale dar-lhes alguma utilidade, guarda-se no bolso porque depois pode muito bem servir para se atirar à cabeça dos 'bófias', quando se estiver na manifestação. A este processo chama-se, Reciclagem. Nada se perde, tudo se transforma). Mas continuando, pode-se berrar tanto quanto for possível, os pulmões aguentarem, palavras de ordem como o perdoar a dívida externa dos Países Africanos que, aliás, são muito pobres, ali Angola, Moçambique Guiné etc, coitados, não têm recursos nenhuns, são uns mártires. O
Sudão é um outro bom exemplo de um Estado que necessita de ajuda urgentemente, coitado, é um Estado esclavagista que pratica o apedrejamento até à morte e a infibulação (à tesourada, ou àquilo que estiver à mão e que, de preferência, corte), bom mas isso, podemos fazer como fazemos com os touros de morte ali em Barrancos, ah e tal, já se pratica à muito tempo, é tradição e tal... Bom, faz de conta que não foi nada. Os rapazes até respeitam os Direitos humanos.

Ser "anti-globalização" é também muito bom para a economia, porque se a globalização é muito má, então - por oposição - o proteccionismo é muito bom! É claro que fica um bocado em aberto a questão de ajudar países terceiros a desenvolverem-se porque ou bem que se protege, ou bem que não e nós, Portugal pois então, também ficamos assim um bocado tramados visto que, assim produzir, produzir, nós não produzimos nada, mas pelo menos temos os bilhetes de futebol à taxa de 5% de IVA.

Acabar com a fome no mundo é também uma medida muito positiva (pode-se organizar mega-concertos e tudo, até porque passar um filme em background com criancinhas esqueléticas, a morrer de fome, porque é extremamente vendável ou seja potencia a abertura dos cordões à bolsa. Na política, esse tipo de coisas chama-se manipulação de massas, na indústria do entertenimento, chama-se angariar fundos para caridade e/ou solidariedade), tirando isso, Malthus era um gajo que não tinha mais nada que fazer na vida do que pôr-se, a inventar teorias sobre o crescimento exponêncial da população mundial. Falta de
trabalho, era o que era... era um desocupado, porque se estivesse ocupado não pensava em porcarias. Felizmente já morreu, porque senão, aposto que já tinha inventado mais qualquer cena triste para se estudar.

Apesar de haver muito mais para dizer, penso que por agora vou ficar por aqui. No entanto, questiono-me todos os dias, se não seria uma boa ideia meter todos os políticos portugueses, numa embalagem verde dos CTT e remetê-los para um outro, qualquer, destino desconhecido...

1 comentário:

Virus disse...

O curioso da globalização é que é essa mesma globalização que permite que esses milhares de vândalos se desloquem até uma pacífica cidade escocesa e destruam tudo o que lhes aparece pela frente, e que batam em tudo o que usa um uniforme!
Se esses exmos. srs. querem tanto defender os países pobres, e os africanos porque é que não se inscrevem nas dezenas de programas de voluntariado que há para Àfrica, e países do 3ºmundo, e não vão para lá ajudar as pessoas?
Porque depois de 2 ou 3 dias de "trabalho" para ajudar a desenvolver a indústria vidreira, construção, automóvel, etc. local, gostam muito de ir para casa dos papás fumar uns charritos e contar de como atiraram caixotes de lixo À polícia, de como assustaram uma mãe e dois filhos bebés que tiveram de abandonar o carro em que seguiam com medo de serem agredidas por esses idiotas...Enfim lá estou eu com o meu mau feitio outra vez!...