quarta-feira, maio 17, 2006

CURIOSIDADES FASCINANTES (2)

Diz uma pequena notícia, na edição de hoje, do Jornal Destak:

" A Comissão Europeia está desiludida com os progressos registados na educação e formação dos cidadãos. Portugal é dos países com os resultados mais fracos, falhando quatro das cinco metas traçadas na Estratégia de Lisboa, em 2000. Quatro em cada dez jovens, entre os 18 e os 24 anos, abandonam os estudos sem concluir o ensino secundário, quando a média europeia é de 15,9%. Aliás, metade da população, entre os 20 e os 24 anos, completou o 12º Ano, quando na Europa esse valor chega aos 76,4%. Além disso, 22% dos jovens portugueses com menos de 15 anos tem fraco aproveitamento de leitura (...). Quanto aos adultos que fazem formação ao longo da vida, apena 4,8% cumpre esse requisito".

Bom, exceptuando o facto de que este petit article está escrito de uma forma um tanto ou quanto estranha, a verdade é que estes dados não são, propriamente, a coisa mais surpreendente do mundo. Apesar de haver muita gente boa empenhada em reverter esta situação, a Educação em Portugal contínua a ser uma mera paixão daquelas quesó dura enquanto houver fósforo. Éfemera «portantos».

Cada um que vai aparecendo ora pela 5 de Outubro, ora pela 24 de Julho (consoante gosta mais de vista para os Prédios ou da vista para zona portuária), traz uma ideia nova, com a certeza que será sempre mais peregrina do que a ideia anterior. Agora, a bem dizer, estratégia, estratégia não há.

Há é muita táctica. Se quisermos trocar isto por imagens mais engraçadas é como se tivessemos um exército em que não há Generais, só há Sargentos e soldados. Ou então, utilizando o futebol é como se tivessemos uma equipa de futebol sem treinador mas com muitos adeptos a fingirem que são treinadores.

Como eu costumo dizer, sempre citando o ilustre autor da frase cujo nome de momento me escapa, «a França perdeu a Guerra da Indochina a golpes de táctica excelentes» e nós também vamos perder esta guerra. O problema é que perdendo esta guerra, vamos perder todas as outras porque um dos pilares principais de uma sociedade é a Educação.

3 comentários:

Tonibler disse...

Uma das inúmeras discussões que tenho com os meus camaradas canhotos é relativo à capacidade do estado a produzir educação. E, de facto, não há nada que impeça o estado de produzir boa educação. Mas, bolas, depois de 30 anos em que se está cada vez pior insistimos porquê?

Anthrax disse...

Ó amigo Tóni...*suspiro*... o maior obstáculo à capacidade do Estado produzir boa educação são as pessoas em geral e os "agentes educativos" em particular (isto se entendermos que os "agentes educativos" não são as pessoas em geral).

É aquilo que eu estava a dizer quando me referi às figuras do exército e equipa de futebol. Quando se tem uma equipa de futebol que é treinada por "treinadores de bancada", é óbvio que a equipa não vai a lado nenhum e na Educação é a mesma coisa.

Na minha opinião, um dos maiores erros políticos que se comete, frequentemente, na área da Educação por exemplo (já que é disso que estamos a falar), é a decisão de se manter um determinado Status Quo que é insustentável a longo prazo.

A uma escala bem mais pequena, eu também já estive confrontado com a situação de ter de decidir se optava pela gestão corrente de uma coisa (que a longo prazo não produziria, nem de perto nem de longe, os resultados que eu queria), ou se optava por um corte radical com o que até à data estava instituído, mas que a longo prazo produziria os resultados que eu queria.

É assim, é claro que optei pela 2ª via, mas confesso que para fazer estas coisas (mesmo numa pequena escala) é preciso uma grande dose de estupidez natural (que, modéstia à parte, não me falta) e um grande poder de encaixe. É claro que no 1º ano houve uma quebra, mas isso foi um risco calculado e que eu me dispus a aceitar quando decidi pôr um fim no "Satus Quo". E olhem, bem que me chamavam nomes, reclamavam a este e àquele, faziam trinta por uma linha, e por mim, até podiam fazer o pino e cantar enquanto faziam essas coisas todas. Mas não recuei nem um bocadinho e levei a minha água ao meu moínho!

Conclusão, até agora estou muito contente com os resultados que tenho alcançado, mas gostava de poder fazer uma avaliação a sério. Infelizmente, não tenho tempo para o fazer e mesmo que tivesse, gostaria que fosse outra pessoa a fazer a avaliação.

Agora, a um nível mais alto é claro que é tudo mais delicado (complicado não, porque as complicações só existem nas cabeças de cada um).

João Melo disse...

muitos diagnósticos ..agora o remédio que é bom ,nada.tem-se medo de morrer da cura.
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