Na minha óptica, continua a ser uma má ideia.
No entanto, e uma vez ultrapassadas as razões que me levaram a considerá-la uma má ideia, a verdade é que se a decisão foi tomada e os moços da engenharia têm de ir para lá então, devem ser apoiados.
Nesta perspectiva, a nova questão que se levanta é: Sob o comando de quem?
De acordo com os espanhois, os militares portugueses ficarão sob o comando de nuestros hermanos.
Dito assim, isto é uma verdadeira infâmia. Andámos nós à marrada com eles e eles à marrada conosco durante tantos séculos, para agora vir a U.E e fazer-nos uma coisa destas é, aparentemente, inacreditável. No entanto, e como diria alguém, get over it.
No entanto, e uma vez ultrapassadas as razões que me levaram a considerá-la uma má ideia, a verdade é que se a decisão foi tomada e os moços da engenharia têm de ir para lá então, devem ser apoiados.
Nesta perspectiva, a nova questão que se levanta é: Sob o comando de quem?
De acordo com os espanhois, os militares portugueses ficarão sob o comando de nuestros hermanos.
Dito assim, isto é uma verdadeira infâmia. Andámos nós à marrada com eles e eles à marrada conosco durante tantos séculos, para agora vir a U.E e fazer-nos uma coisa destas é, aparentemente, inacreditável. No entanto, e como diria alguém, get over it.
Assim, e de acordo com as notícias que foram saindo, temos:
- O nosso Ministro da Defesa a dizer que ainda não está nada decidido.
- O seu homólogo espanhol diz o contrário.
Na minha perspectiva; ambos têm razão. Porquê?
Fácil, porque as reuniões em Bruxelas - sejam elas ao nível técnico ou ao nível inter-governamental - funcionam todas nos mesmos moldes:
1º O pessoal vai chegando e colocando as suas coisas na sala de reunião, de preferência senta-se no sítio previamente identificado com o nome do país mas, entretanto - se virmos alguém conhecido e com quem tenhamos uma relação de amizade - podemos trocar de lugar levando a plaquinha atrás.
- O nosso Ministro da Defesa a dizer que ainda não está nada decidido.
- O seu homólogo espanhol diz o contrário.
Na minha perspectiva; ambos têm razão. Porquê?
Fácil, porque as reuniões em Bruxelas - sejam elas ao nível técnico ou ao nível inter-governamental - funcionam todas nos mesmos moldes:
1º O pessoal vai chegando e colocando as suas coisas na sala de reunião, de preferência senta-se no sítio previamente identificado com o nome do país mas, entretanto - se virmos alguém conhecido e com quem tenhamos uma relação de amizade - podemos trocar de lugar levando a plaquinha atrás.
2º Depois, quando já está tudo mais ou menos sentado, vem o "Mestre de Cerimónias" para gerir a reunião. Carrega na campaínha que faz "tlim" e inicia a reunião dando as boas vindas aos participantes e dizendo em que línguas se pode ouvir a tradução. Nas reuniões mais pindéricas, a língua de trabalho é o inglês e não há tradução por isso, quem não falar inglês, azarucho. Nas reuniões mais formais já há maior diversidade (embora o português raramente faça parte da lista).
3º De seguida, o "Mestre de Cerimónias" começa com um tour de table para apresentações que, parecendo que não, ocupa bastante tempo.
4º Quando já tudo se conhece, passa-se à discussão dos pontos da agenda. Quando chegamos a este ponto é o cabo dos trabalhos dependendo sempre do ponto que se discute. Mas, seja qual for o ponto que se discute, quase que posso garantir que, os ingleses têm sempre alguma coisa a dizer e os alemães também. A Estónia, a Letónia, a Lituânia, a Hungria e a Bulgária, raramente se ouvem. Os turcos, como só agora é que vão participando em algumas coisas, por norma fazem perguntas idiotas mas é compreensível. Durante o governo do Aznar, Espanha tinha um ascendente bastante grande na Comissão que perdeu com o governo do Zapatero e isso é muito visível, principalmente, nas reuniões de carácter técnico. Os restantes países vão participando.
5º Nestas reuniões não é fácil chegar-se a um consenso, na maior parte das vezes porque as pessoas que representam os países não são, necessariamente, decisores. É claro que em determinados casos isso é mais verdade do que noutros. Um exemplo disto é o caso português (embora não seja o único). Nós quando vamos para estas reuniões não levamos o trabalho de casa feito (algo que não acontece nem com os ingleses nem com os alemães). Vamos para lá quase que como conviver com os indígenas e por isso, quando é preciso defender uma posição utilizamos, normalmente, o "Nim" porque temos de colocar o assunto à consideração superior e com isto perde-se, não só, tempo como também, a oportunidade. Esta é a diferença entre o fazer-se o "trabalho de casa" e não se fazer o "trabalho de casa".
6º Depois de partir alguma pedra e limar algumas arestas, os que fizeram o "TPC" adoptam uma posição, os que não fizeram o "TPC" dizem que a decisão não é deles e adiam a tomada de posição para mais tarde. Por sua vez, a Comissão agarra na tomada de posição dos que fizeram o "TPC" e adopta-a como possível recomendação ou decisão concedendo algum tempo aos outros para colocarem a questão aos seus superiores hierárquicos. Quando isto acontece, normalmente, quem chega atrasado já não é levado em consideração e se além de chegar atrasado, também tiver uma posição contrária à que foi inicialmente tomada, além de não ser levado em consideração também leva uma "notinha" a dizer que "se não concordava devia ter feito o TPC a tempo e horas para se discutir na reunião".
Por isso, como vêem, os dois Ministros têm razão. Um porque, provalmente, se apoia numa decisão previamente tomada e o outro porque tem de colocar a questão à consideração superior. Portanto, está certo. Formalmente a decisão não está tomada mas, na prática é provável que esteja.
Quanto ao resto, pergunto-vos; se o governo manda as nossas grávidas irem dar à luz em Espanha, porque é que os nossos militares não podem ficar sob o comando espanhol?
2 comentários:
Subscrevo inteiramente tudo o que foi dito, sobretudo o último parágrafo, porque assim com assim os futuros portugueses (excepto os que tenham dinheiro para nascer em clinicas privadas de Lisboa e Cascais) que venham a nascer já são espanhóis antes de serem portugueses, por isso não há nada como a integração nas forças armadas espanholas (que se diga são bem melhores que as portuguesas do ponto de vista de equipamento).
E, devo acrescentar, que os anúncios publicitários de recrutamento para o exército espanhol também são muito bons.
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