criação.
Não sei do quê, mas estou.
Estas fases são interessantes e devem ser aproveitadas, muito embora neste momento eu não saiba muito bem para quê.
São aqueles ímpetos criadores que, de vez em quando, nos assolam sem nenhum motivo aparente. Seria dramático se não fosse tão agradável. É claro que o downside of it é a frustração se não fizermos nada com esta fúria criadora.
Vou ajudar o Tsunami com os seus trabalhos para o Mestrado. Coitado. Sabe muito, mas é um pouco desordenado quando chega à parte da escrita. No entanto, quando chega à parte do falar a coisa já pia de maneira diferente. Aí o atado sou eu.
Não gosto muito de falar e não acho que tenha, assim, tanta coisa interessante para dizer. Gosto mais de ouvir os outros a falar, desde que tenham coisas interessantes para dizer.
Por exemplo, detesto vendedores e operadores de telemarketing.
Dos vendedores tenho sempre aquela imagem de uns tipos rechonchudos (ou não), de camisa cor-de-rosa transpirada, gravata da década de 80, cabelo empastado com gel, óculos escuros no alto da cabeça, com um ar gingão e um tom de voz à Mouraria. São arrepiantes! Deviam ser contratados para servirem de figurantes nalgum filme de terror. Ainda por cima alguns cheiram mal, outros têm um bafo a tintol e depois há aqueles que são uma triste combinação das duas anteriores.
É uma visão verdadeiramente arrepiante. A sério.
Dos operadores de telemarketing não tenho nenhuma imagem em particular, excepto o facto de muitos serem do sexo feminino e terem sotaque brasileiro. Sei que estão a fazer o seu trabalho mas, irritam-me.
Tudo isto a propósito de não gostar de falar. É verdade, não gosto mesmo de falar e tenho um trabalho em que, de vez em quando, tenho de falar. Enfim, penso que podia ser pior.
No entanto, é preciso referir que considero isto como um grande handicap na minha pessoa. Por exemplo, isto é péssimo para entrevistas de emprego.
Da última vez que fui a uma, foi em 2005. Cheguei a metade, levantei-me e fui-me embora. Disse-lhes que não era a pessoa que eles procuravam quando, se calhar, até era. Só que a meio cheguei à conclusão, que eles é que não eram aquilo que eu procurava e não me estava a apetecer responder a coisas e a submeter-me a uma avaliação tipo oral na universidade. Já ultrapassei essa fase há algum tempo e não sinto falta.
Isto é, absolutamente, idiota mas fez com que aprendesse mais coisas sobre mim. Aprendi que para haver um diálogo, tem de haver um desafio. Se não houver um desafio, tudo o resto é uma perda de tempo. Naquela entrevista de 2005 não houve um verdadeiro desafio. O que havia era um lugar disponível mas isso não era um verdadeiro desafio, até porque empregado estou eu e já estava naquela altura.
Também cheguei á conclusão que o trabalho em Portugal é uma grande seca. Não há desafios à altura e, às tantas, as pessoas ficam estúpidas. Nestes casos, ou se arranja uma motivação interna e criamos o nossos próprios desafios, ou estamos lixados porque o que aparece nos jornais é de uma pobreza franciscana e o que não aparece nos jornais (que normalmente está a cargo dos headhunters) , já tem dono.
Bom, já devem estar a pensar que estou à procura de emprego mas, não. Não estou, nem me parece que isso vá acontecer nos próximos tempos. Estou só a comentar e a tentar perceber onde é que a minha "fúria criadora" me quer levar.
2 comentários:
Caro Anthrax:
Esperemos então o resultado dessa avassaladora "fúria" criativa, que deve ser qualquer coisa de muito grandioso!...
Já tá! :)
Eu sabia que havia de sair alguma coisa de interessante. Querem ver? leiam o próximo post.
Enviar um comentário