Pois é verdade, quando se ousa falar do «Tio António» as "galinhas" ficam histéricas e à beira de um colapso nervoso. É como se vissem o mafarrico em pessoa. Entra tudo num pânico generalizado, as funções básicas do cérebro desligam-se e fica tudo num estado catatónico-vegetativo com a baba a escorrer pelo cantinho da boca.
É claro que já deu para se perceber que, no domingo passado, estive a ver aquela coisa dos «Grandes Portugueses», ou lá o que é.
Teoricamente, o programa devia ter sido sobre o Dr. Álvaro Cunhal e o Prof. Oliveira Salazar mas, na realidade acabou por ser um programa só sobre o Prof. Oliveira Salazar tal é o medo que algumas criaturas ainda têm de um homem que já morreu há alguns anitos. Aquilo já pareciam os alemães do pós 2ª Guerra Mundial, que já lá vão mais de 50 anos e parece que não conseguem ultrapassar a porcaria do trauma. Ó amiguinhos, atinem-se um bocadinho! "Para trás mija a burra".
Bom, mas como se não bastasse estes problemas do âmbito das patologias psiquiátricas, ainda foram arranjar, para a constituição do painel de debate, umas criaturas - que à excepção do político, na figura de Pedro Santana Lopes, e do jornalista, na figura do Fernando da Costa - sem qualquer tipo de competências para falar quer do Cunhal, quer do Salazar.
Andavam para lá uns assistentes da Faculdade de Direito, cujo único contacto que alguma vez devem ter tido com Ciência Política deve ter sido quando tiveram a cadeira de Ciência Política e Direito Constitucional no 1º ano do curso de Direito e isto considerando que tiveram algum contacto com a cadeira, porque convém não esquecer que a estrutura dos cursos vai mudando de universidade para universidade.
Depois havia lá outra que era socióloga, ou lá o que era, mas que já tinha sido deputada e agora era gestora. Bom, para começar ideias políticas, ciências políticas e e filosofias políticas são coisas que nem sequer fazem parte da estrutura curricular de um curso de sociologia, depois o facto de ter sido deputada não a torna numa perita em assuntos políticos e finalmente sociólogas-gestoras é uma combinação aterradora que produz efeitos catastróficos e apocalípticos em qualquer organização (e sobre isto sei bem o que digo, temos cá um espécime destes e não há nenhuma alma caridosa que a meta num avião com destino a Bagdade ou Faixa de Gaza).
Também havia um antropólogo. Não faço a menor ideia do que lá estava a fazer mas, pronto, presumo que devia ser engraçado ou assim.
O outro rapaz do eixo do mal, não conta. Até porque não estou a ver que tipo de reconhecimento académico é que possa ter.
Conclusão, perante um painel de competências tão diversificado como este e tão habilitados para falar sobre o tema em debate, ainda tinham o descaramento de perguntar às pessoas, que para lá telefonavam para dar a sua opinião, em que fontes é que sustentavam as suas afirmações. Ora, isto é no mínimo curioso até porque, por esta ordem de ideias, só aqueles que telefonavam para lá é que tinham de saber sobre o que é que estavam a falar, nunca esquecendo de fazer as devidas referências bibliográficas em nota de rodapé.
Apesar de ter conhecimento que andava para aí uma polémica em torno deste programa, nunca o tinha visto e pela a amostra, também, não me parece que vá voltar a ver a não ser que comecem a constituir paineis com pessoas que, realmente, saibam do que é que estão a falar porque de resto, opiniões são só isso mesmo, opiniões.

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