Portugal perdeu 167 mil empregos qualificados - diz a Edição de hoje do Diário Económico.
Mas nada está perdido. O governo criou 106 mil postos de trabalho não qualificado.
No entanto, o que me aborrece no meio disto tudo até nem é esta diferençazita de 61 mil postos de trabalho. O que me aborrece é que Portugal, quando comparado com outros países da Europa, não tem um elevado número de licenciados (e se formos para pessoas com mestrado e doutoramento, ainda são menos) e ainda assim, não conseguimos empregar os poucos que temos.
Isto sim, aborrece-me.
Como se isto não fosse mau suficiente, ainda temos que ouvir coisas como "os cursos de letras não têm saídas profissionais" e blá blá blá e blá blá blá. Bom, se os cursos de letras não têm muitas saídas profissionais, deviam porque a quantidade de gente que não sabe escrever (nem falar) é impressionante. Depois, ainda aparecem mais uns outros tantos inteligentes (que não estando reformados, se calhar deviam considerar a hipótese) que também vão dizendo que os cursos de gestão e economia também já começam a padecer da mesma doença - de falta de empregabilidade - que assola os cursos de letras ( excepto a licenciatura em sociologia no ISCTE, esses vão todos parar à Administração Pública sabe-se lá porquê). Assim, podemos concluir que a grande moda agora são os cursos de novas tecnologias. Porquê? Porque 30 anos depois chegou-se à conclusão que TIC é que está a dar. O que esta gente iluminada e visionária se esqueceu de referir foi, o que é que estavam a fazer quando tiveram a oportunidade de intervir no processo e não interviram, depois chamam-lhe os "erros do passado" como se não tivessem nada a ver com isso.
Bom, mas o que está a dar é contratar caramelos que saibam ligar o fio azul com o fio vermelho e esperar que não faça "BUUM"! Podem não saber fazer mais nada, mas se já sabem ligar dois fios são um espectáculo. E depois vai-se cometer, novamente, o mesmo erro. Vamos produzir técnicos informáticos à pázada e o mercado não vai responder. Porquê? Porque é bué cool saber ligar o fio azul com o fio vermelho e fazer umas cenas giras em flash que dá bué da guito. Agora, a sustentabilidade da coisa é que é uma gaita.
Mas ei! Os economistas são eles, eu não estou nem lá perto e muito sinceramente nem quero estar lá perto. Sou - mais ou menos - de letras e por isso não sou grandemente inteligente. Aliás, eu gostava mesmo era de ser burro, porque assim seria muito mais feliz.
4 comentários:
A mim car'Anthrax, aquilo que verdadeiramente me aborrece, é este ser um país de gente boateira, que cria, alimenta, dá veracidade aos boatos e no fim vive para alimentar o monstro que criou.
E agora? Como é que se retira do imaginário das gentes, o gosto pela atracção do abismo?
Ora meu caro Bartolomeu, os abismos fazem parte do gosto pelos desportos radicais.
Qual é que é o problema de, de vez em quando, aparecer um abismozeco ou outro? Não se apoquente.
No pasa nada.
Atão antrhax! Esta escrevedura até é trotil de curtida!
Ya inda bem que topei. Pena é não dar guito, ya mas é bués de curtida , ya.
:))))))))))))))
Gostei do post e do estilo : jovem e irreverente q.b.
Quanto ao burro, apesar de estar protegido, duvido que o meu querido amigo gostasse de o ser...E depois aquela falta do sotor que enche tanto o ego de muita gente!?
Ó meu querido amigo!
Já sentia a sua falta. :)
Eu agora não falo, limito-me a zurrar. Falar, implica gastar latim e a malta tem que poupar (contenção orçamental como de certo compreende). Já não há paciência para aturar estes estarolas.
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