Estive a ver o comentário do Miguel Sousa Tavares a propósito dos vencedores do festival da canção.
Bom, confesso que houve algumas coisas que me saltaram à vista e desde logo, a primeira delas todas foi o receio. Reparei que existe, efectivamente, um receio de que a manifestação do 12 de Março seja bem sucedida. Na sequência disto aparece então a tentativa de minimizar o evento e os seus objectivos, como se quem os apoia não tivesse razão para protestar e manifestar o seu descontentamento com a situação actual.
Chamam-lhe demagogia. Para mim tanto se me faz, chamem-lhe demagogia ou qualquer outra palavra acabada em "ia", as pessoas têm o direito de expressar o que lhes vai na alma. Têm o direito de expressar as suas preocupações e neste momento adquiriram, inclusive, o direito de acusar e responsabilizar a classe política pelo estado a que chegou o país.
Os nossos políticos, não só, estão a massacrar a classe média como também estão a hipotecar o futuro das gerações mais jovens. A geração à rasca não é um mito e para aqueles que tendem à comparação começando os seus discursos com "No meu tempo...", pois... os tempos mudam e aquilo que eram os padrões de vida há 50 anos atrás, não são os de agora. A mim, pouco me interessa que na década de 40 fossem preciso senhas para comer, ou que uma sardinha tivesse de ser dividida por 3, o que me interessa é que tal não volte a acontecer e a história não se repita.
Quanto ao facto dos contribuintes alemães nos emprestarem dinheiro, ou não, a pergunta é: Porque haveriam de o fazer? Porque haveriam eles de pagar algo que não é da responsabilidade deles? Eles não têm culpa da má gestão levada a cabo pelo estado português ano após ano. Por isso, mais musiquinha, menos musiquinha, não será coisa que - certamente - abale as estruturas da sociedade germânica e usar isso à laia de argumento político parece-me um pouco imbecil.
Anyway, uma vez emitido este meu pequeno parecer, vou avaliar candidaturas que esta cena tem um prazo para ser cumprido.
Sem comentários:
Enviar um comentário