sexta-feira, dezembro 02, 2011

FALAR EM BOM PORTUGUÊS... ou qualquer coisa assim parecida

Confesso que nunca me tinha dado conta do hilariante que era navegar pelos comentários colocados, nos diversos fóruns disponíveis, na internet. Tendo oportunidade para o fazer, verão que é um passatempo interessante e que nos faz rir, momentaneamente, a bandeiras despregadas. Nestes fóruns  podemos encontrar coisas absolutamente alucinantes como:

"Lamento muito, assidente acontece com todos, o importante é manter a cabeça erguida, força."

ou ainda:

"cada um fassa o que bem entender (...)"

sem nunca esquecer que:

"(...) á quem goste deste caus,"

e que:

" (...) realmente o que ela fas com o rapas nao se fas nunca me igano (...)"

e para que não subsistam dúvidas que:

"(...) ninguém duvide que eram friados intocaveis (...)"

Mas creio que:

" ela mercia sair"

Ultrapassando já o pequeno problema da construção gramatical de algumas frases, verificamos que muitos destes cibernautas mais... vá... distraídos talvez... revelam algum desatino com as diversas formas do o verbo "Fazer", o que - vendo bem as coisas - até é bastante normal porque quando é para "Faser" alguma coisa, é melhor que "fassam" os outros.

Revelam também alguma incompatibilidade com o verbo "Haver". Mas isso também não é de estranhar. Nos tempos que correm, a vida das pessoas está um "caus" e não "á"nada para ninguém. Os "iganos" é que são aborrecidos. São "assidentes" que acontecem e depois já não "á" nada a "faser". Por sorte ainda "á" alguns "friados" , mas acho que "merciamos" mais e melhor.

 O rol de alarvavidades e punhaladas à nossa língua mãe põe, no mínimo, o Luís Vaz de Camões às voltas no túmulo e apesar de, por um lado,  nos rirmos com as asneiras que os outros escrevem, a verdade é que por outro, não é possível não nos preocuparmos com o caminho que estamos a seguir.

Certamente que nem todos podem ser mestres na arte de dominar a língua Portuguesa, mas também não será isso que lhes é pedido. Aquilo que se lhes pede é que saibam ler, compreender e escrever na sua língua materna, para que consigam comunicar e para que consigam expressar-se de uma forma razoável.   


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