Pois...
Onde ía eu neste meu périplo pelas desventuras do governo Português?... Ah pois! Ía no tio Nobre Guedes. «Prontos», mas sobre este até nem há assim muito para dizer, tirando a explosão nas instalações da GALP ali para os lados de Matosinhos (com a qual ele não tem nada a ver), e tirando a história da construção da casa numa zona protegida (que também até nem é assim tão chocante se tivermos em consideração que a zona da Praia do Abano – ao pé do Guincho – também é uma zona protegida e espetaram lá com umas construções. Estamos em Portugal meus senhores! A diferença entre isto e um país da América Central reside na localização geográfica).
Ora então continuando...
Nestes poucos meses de (des)governação, assistimos também à fantástica declaração do actual Ministro das Finanças, a dizer que era preciso ter calma que a crise ainda não tinha passado (esta nós – contribuintes atentos – já sabíamos, não era preciso ele vir dizer-nos), e uma semana depois salta a notícia de que os moços dos Ministérios queriam adquirir automóveis novos. Bom... é assim... Eu também gostava de adquirir um automóvel novo, mas antes de fazer isso (ou de poder fazer isso), tenho uma série de coisas para resolver, o que me atira a aquisição de uma nova viatura para o fundo da minha lista de prioridades e enquanto contribuinte também não vi com muitos bons olhos esta história.
Pero adelante Rocinante!!!...
Tivemos também a aventura do ‘Barco do Aborto’. Quer dizer, ao fim de três dias já ninguém podia ouvir as barbaridades quer de um lado, quer do outro. Pior do que isso, foi mesmo a actuação do governo em ter impedido o barco de atracar, pois transformou algo que não era assim tão mediático, numa coisa completamente absurda. Lidaram mal com a situação, poderiam ter agido de outra forma com resultados mais positivos. Mas não, armaram-se em inocentes damas ofendidas e quiseram mostrar ao mundo que os tinham no sitio... Por favor, parem com esses melodramas de 5ª categoria que já ninguém suporta, existem coisas mais graves para resolver!
Outra medida interessante à qual não foi dada muita relevância foi o novo imposto sobre o multimédia e o aumento dos preços nos cinemas e coisas afins para impulsionar o cinema Português (já cá faltava o ministério da COLTURA). Amiguinhos, tenham juízo! Em primeiro lugar aumentar os preços dos artigos multimédia, DVD’s e itens do género não só não é forma de combater a pirataria (se é que isso lhes interessa é claro), como também promove a compra dessas mesmas coisas pela internet (por exemplo), onde esses artigos são bem mais baratos. E se comprarem via sites da União Europeia, não pagam direitos alfandegários. Quanto à questão de promoverem o cinema Português é assim... Se ninguém vai ver filmes portugueses ao cinema, é porque existe um bom motivo e quanto mais não seja, é porque ninguém os quer ver. Querem promoção? Façam o mesmo que os outros fazem, arranjem quem queira investir nessas produções, agora eu (contribuinte atento), é que não tenho que estar a financiar coisas que não vou ver e que na maioria das vezes nem estou interessado em ver. Se um dos princípios deste novo (des)governo, é o do utilizador-pagador – argumento tão bem utilizado para colocarem portagens nas SCUTs e para a questão dos hospitais – ENTÃO como eu não vejo cinema português, não estou a ver porque diabos tenho de o financiar.
E a propósito do principio do utilizador-pagador...
Ora aqui está um principio interessante. Á partida este principio até faz sentido. Quem utiliza uma certa coisa, paga. Até aqui tudo bem, mas depois começam as variações cretinas:
- Passes para transportes públicos; o preço varia conforme os rendimentos de cada um. Esta ideia é hilariante (até porque isto tem de ser levado na desportiva senão não tinha graça nenhuma). Já estou a imaginar as filas infindáveis de pessoas a comprarem o passe com a folhita da declaração de rendimentos na mão... Boa maneira de promoverem a utilização do transporte público, continuem assim que vão bem.
- Medicamentos nas farmácias; os preços variam conforme os rendimentos de cada um. Isto é igualzinho ao de cima.
- Serviços hospitalares; os preços variam conforme os rendimentos de cada um, lindo!! Pensava que o facto de que aqueles que descontam para os impostos num escalão superior, tinham essa questão salvaguardada... aparentemente, não. Mas confesso que esta ideia bate alguns recordes em termos de imbecilidade e cretinice juntas, porque quem tem dinheiro não utiliza hospitais do Estado. Em primeiro lugar são detentores de seguros de saúde que lhes dão acesso a bons hospitais e quando o problema não pode ser resolvido cá, facilmente vão para outro país onde o possam resolver. Logo, esta ideia é um bocado estúpida.
- Portagens nas SCUTs. Esta deve ser uma daquelas medidas com a qual não discordo completamente, mesmo sabendo que essas estradas foram pagas com fundos da União Europeia. É claro que essas vias precisam de manutenção e não é algo que saia barato aos cofres do Estado, agora devem existir vias alternativas em boas condições que permitam às pessoas optar por uma via ou por outra. Não havendo, não colocam portagens. E depois é assim, o pessoal do sul do país até é pacífico e não estrebucha muito, mas o pessoal do norte nem por isso. Lembrem-se da Patuleia e da Maria da Fonte, existe um bom motivo para que todas esta... É que aquilo tocam os sinos a rebate e vem tudo por aí abaixo!
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