Pois é, hoje decidi que não ia destilar veneno (não muito pelo menos). Antes pelo contrário, prefiro referir uma coisa boa que vi ontem na SIC Noticias.
Ora então, ontem quando cheguei a casa liguei a televisão e fui pôr-me a ver o jornal de negócios que costuma dar no canal em questão. Assim quando liguei estavam a passar uma pequena reportagem, de um senhor que era o dono de uma fábrica têxtil (não sei aonde porque essa parte não cheguei a apanhar), e que não estava nada preocupado com a concorrência asiática.
A sua fábrica tinha 38 trabalhadores e contrariamente ao que acontece noutros locais (em que os donos chiam porque não têm dinheiro e querem a intervenção do governo, os empregados chiam porque estão à beira do desemprego e querem a intervenção do governo, os sindicatos chiam porque tomam as dores do empregados e querem a intervenção do governo, ou seja toda a gente chia), este senhor resolveu fazer outra coisa. Antevendo que a sua vida (e a dos outros), ía ficar mais complicada se não arranjasse novos clientes, fez as suas malitas, agarrou na sua mulher e toca de ir para os Estados Unidos à procura de quem lhe comprasse aquilo que vendia.
E então o que é que ele vendia? Toalhas de praia com o símbolo da Playboy. O homenzito, tomou a iniciativa de fazer uma toalha de praia – de boa qualidade – com as cores e o símbolo da Playboy e depois resolveu ir bater à porta da capelinha do senhor Hugh Hefner para perguntar se ele estava interessado no negócio.
Moral da história: A sua pequena empresa de 38 pessoas, produz agora toalhas de Praia para a Playboy.
Mas a coisa não ficou por aí. Porque para além disso, agora produzem também artigos para bébé, da Disney.
Quando confrontado com a pergunta de se temia ou não a concorrência dos Asiáticos, aquele homem (com um ar de uma simplicidade incrível), respondeu que não porque acreditava que o seu trabalho era de boa qualidade e que era nos produtos de qualidade que se devia apostar uma vez que, essa era a melhor ‘arma’ que os europeus tinham.
Este homem não precisou de uma licenciatura para chegar a esta conclusão. Este homem não precisou do governo para assegurar a sobrevivência da sua fábrica, da sua família e dos seus empregados.
É claro que acredito que haja outros bons exemplos espalhados pelo país, mas este teve a sorte de ir parar à televisão. Se calhar deviam ir à procura de mais exemplos como este para mostrar às pessoas, quanto mais não seja para lhes dizer que é possível ter esperança. Ao invés de estarem sempre a mostrar desgraças, se começassem a injectar um pouco de optimismo talvez os portugueses não andassem sempre com aquele seu ar macambúzio... É claro que este ‘macambuzismo nacional’ é bom para o negócio das farmácias que, vendem mais anti-depressivos e têm um lobby brutal, mas nem sempre se pode agradar a gregos e troianos.
Enfim....
Já viram, hoje não falei mal de ninguém. Bom, não se habituem que isto é uma vez sem exemplo.
1 comentário:
Hmmm!!!...Curioso...se calhar por não ter falado mal de ninguém é que também ninguém "commentou"!... Mas aí está um exemplo de que estar sentado à espera de Godot (=clientes) não é a melhor política para os nossos empres...digo patrões! Agora explicar-lhes a eles que têm que investir na área comercial e na qualidade para se manterem competitivos face à mão de obra barata!!! Mais vale esperar que nasçam dentes nas galinhas...
Enviar um comentário