sexta-feira, maio 27, 2005

HÁ COISAS QUE ME TRANSCENDEM...

É verdade, é que há mesmo coisas que me transcendem e uma delas é o facto deste novo governo ter acordado só agora para a história da ‘crise’ (lá se foi o estado de graça... será?). Não sei porque é que andam todos tipo baratinha tonta, já toda a gente sabia que as coisas não estavam famosas porque é que só agora é que se lembraram disso? Dah!

Enfim... mas não era sobre isto que eu ia falar. O que vos queria começar a falar é sobre alguns paradoxos provocados pela atitude do ‘politicamente correcto’. Ora, andava eu aqui navegando pela internet quando de repente me deparo com algo engraçado; um centro de estudos de paz e segurança internacional.

Assim à partida, até parece que não tem nada de especial (e em boa verdade até é capaz de não ter), só que eu pus-me a pensar sobre o assunto. Paz e Segurança Internacional... ora aqui estão dois conceitos que, no meu entender, são completamente opostos e não vivem um sem o outro.

O que é a Paz? Definições científicas à parte, é o período de tempo em que ninguém anda à estalada com ninguém. No entanto, não posso deixar de considerar que o conceito de Paz, por si só, não é nada. Só existe enquanto situação que decorre obrigatoriamente de um período em que andou tudo ao chapadão.

Então e o que é a Segurança Internacional? Definições cientificas outra vez à parte, são as tentativas (na maior parte das vezes frustradas), que pretendem impedir o pessoal de andar à bofetada uns com os outros. Mas para que estas tentativas sejam eficazes ou bem sucedidas, de vez em quando quem tenta tem, obrigatoriamente, que distribuir uns tabefezitos, caso contrário ninguém lhe liga (e.g tipo ONU, fala fala fala, mas ninguém lhe liga nenhuma.).

Ora bem, esta situação de ‘distribuir uns tabefezitos’ é incompatível com a noção de Paz, mas sem haver a ameaça do possível tabefe também não é possível alcançar uma situação de Paz.

Se acham que isto é totalmente absurdo, lembrem-se que as crianças são o melhor que há no mundo e nunca se esqueçam disso. Portanto, quando tiverem oportunidade, observem um grupo crianças a brincar.

Não há nada mais pacífico, nem mais elucidativo do que as ver a brincar. É lindo... bom, pelo menos é lindo até se começarem a arranhar e a esfolarem-se umas às outras, ou por divergência de opinião ou porque querem os mesmos brinquedos. De seguida, se não houver qualquer intervenção externa, no momento da contenda a criança que ganha será, por norma, aquela que é fisicamente a mais forte. Mas no entanto, isto não quer dizer que o mais fraco se submeta, poder-se-á submeter temporariamente porque a primeira coisa que o mais fraco fará assim que se tiver recomposto ou assim que tiver arranjado outros aliados, é vingar-se à primeira oportunidade que tenha.

Mas se pelo contrário, houver uma intervenção externa – normalmente a figura dos pais resulta muito bem para o efeito – no sentido de não deixar avançar a contenda, por vezes nem sequer é necessário exercer uma coacção efectiva porque o simples facto de estar presente uma autoridade que pode (ou não) distribuir tabefes se assim o desejar, já é um factor suficientemente dissuasor.

Já viram como é mau?... A definição de Paz pode ser reduzida ao simples facto dos outros meninos ainda não terem reparado que estamos a brincar com brinquedos novos!

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